Publicado em 04/03/2024 19h46

Abelhas como bioinsumos para lavouras

A cooperação entre apicultores e agricultores é crucial.
Por: Leonardo Gottems

Bioinsumos, produtos agrícolas avançados derivados de elementos naturais, estão sendo cada vez mais utilizados na agricultura moderna para o controle biológico de pragas. O MAPA lançou o Programa Nacional de Bioinsumos para fortalecer o setor agropecuário no Brasil.

As abelhas desempenham um papel crucial nesse contexto, pois são agentes polinizadores essenciais. Ao transportar grãos de pólen entre flores, as abelhas promovem a reprodução de plantas, influenciando diretamente o sucesso dos bioinsumos. Assim, a colaboração das abelhas é fundamental para potencializar os benefícios dos bioinsumos na agricultura.

“Por isso, a polinização realizada pelas abelhas é responsável por mais de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo, representando mais de 78% dos cultivos. Sendo assim, o serviço ecossistêmico de polinização possui grande potencial associado às atividades agrícolas e, devido a isso, podemos considerá-lo um bioinsumo”, afirmam Dr. Heber Luiz Pereira e Me. João Vitor G. R. P. Barateiro, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg)

“A Apis mellifera (no Brasil, chamada de abelha africanizada) é a espécie mais conhecida, sendo muito utilizada para a polinização de cultivos agrícolas como a laranja, maçã, café e melão. No cultivo de maçã, por exemplo, são responsáveis pelo incremento de produtividade, correspondendo entre 40% e 90% do valor da produção desta cultura ao intermediar a fecundação das flores”, completam.

A cooperação entre apicultores e agricultores é crucial para a convivência harmoniosa de suas atividades, favorecendo o aumento de renda e a fixação do homem no campo. Agricultores devem indicar áreas adequadas para colmeias, comunicando sobre pulverizações e toxicidade. Apicultores, por sua vez, devem identificar colmeias e informar a quantidade de colônias para precauções durante o uso de defensivos. 

Economicamente, a integração da agricultura com polinização assistida gera empregos, renda e fortalece a competitividade internacional dos produtos, estabelecendo as abelhas como parceiras essenciais para impulsionar as atividades agropecuárias brasileiras a níveis superiores de produtividade em diversas culturas.

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