Um dos principais polos produtores de maçã do Brasil, São Joaquim (SC) recebe neste sábado (24), o evento de abertura que oficializa a safra nacional da fruta para o ciclo 2023/2024. Atualmente, a pomicultura é um segmento importante do agronegócio no Sul do Brasil, onde estão presentes a agricultura empresarial e a agricultura familiar, gerando empregos e renda, e produzindo frutas de excelente qualidade para os mercados interno e externo.
Além disso, as tecnologias desenvolvidas e a capacidade de frigorificação garantem a oferta da fruta, preservando suas propriedades durante os 12 meses do ano para todos os mercados. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), a expectativa é que a safra deste ciclo tenha um crescimento de 5% em relação à anterior, destacando para uma colheita de excelente qualidade.
Para o presidente da ABPM, Francisco Schio, o evento em São Joaquim representa não apenas o início de uma nova colheita, mas também a continuidade dos esforços em prol do desenvolvimento sustentável e da qualidade do setor frutícola brasileiro. “Apesar dos desafios que enfrentamos nos últimos três anos, por conta das condições climáticas adversas, só na safra de 2022/2023, em Santa Catarina foram produzidas 505 mil toneladas de maçãs. Aproximadamente 84% desta produção tem origem na Serra Catarinense, onde 2.676 pomicultores cultivam a fruta. Cerca de 78% destes produtores são pequenos agricultores familiares, sendo uma cultura com forte e positivo impacto econômico e social, capaz de promover desenvolvimento regional e da qualidade de vida no meio rural, oportunizando, inclusive, a permanência da juventude no campo”, explica o Presidente.
Dados da Associação revelam que o Brasil possui pouco mais de 33 mil hectares de pomares de maçã, com um potencial produtivo anual superior a 1,35 milhão de toneladas e geração de mais de 120 mil empregos diretos e indiretos. Atualmente, a cada dez maçãs consumidas no Brasil, nove são nacionais. A fruta é a terceira de maior consumo no País.
O estado de Santa Catarina, por exemplo, onde se localiza São Joaquim, possui uma produção bastante concentrada em pequenas propriedades de até cinco hectares. Esta característica contribui para a diversidade e qualidade das maçãs produzidas na região. Informações da Food and Agriculture Organization - FAO de 2022, mostram que o Brasil é o segundo maior produtor de maçãs do Hemisfério Sul e o 15º maior produtor mundial. Cerca de 60% da produção brasileira de maçãs é da variedade Gala, 35% de Fuji e 5% de outras variedades.
“A maçã não é apenas uma fruta popular no Brasil, mas também é reconhecida por seus benefícios nutricionais e propriedades medicinais. Seu consumo regular está associado à redução do risco de desenvolvimento de diversas doenças crônicas, como as relacionadas ao coração e ao câncer”, ressalta Schio.
O Cancro Europeu das Pomaceas é uma doença causada pelo fungo Neonectria ditíssima. Foi introduzido no Brasil há alguns anos e afeta principalmente as partes lenhosas da planta, como os ramos e o tronco principal.
O combate à doença na Serra Catarinense tem proporcionado resultados robustos e bastante positivos, sendo produto direto da grande dedicação de empresas de pesquisa, de autoridades e da própria comunidade produtora. O objetivo final é erradicá-la dos pomares catarinenses.
Como um ato de reconhecimento ao comprometimento que têm dedicado para o combate ao Cancro Europeu das Pomaceas, a ABPM e a AMAP prestarão homenagem durante o evento para a FAESC-SENAR, para a Secretaria da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, para a EPAGRI e para a Cidasc. Ações de conscientização, capacitação, pesquisa e desenvolvimento de técnicas de manejo realizadas por estes parceiros do Setor Produtivo têm sido fundamentais para o combate à doença.
PROGRAMAÇÃO
8:30h – Inauguração do acesso pavimentado da Epagri
9:30h – Colheita da maçã
Local: Epagri, Rua João Araújo de Lima, Bairro Caiçara.
11h – Cerimônia de abertura da Safra da Maçã
12:30h – Encerramento
Local: Parque Nacional da Maçã, Rua Urubici, s/n.