O estudo do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) abordou os riscos para as exportações de commodities do Brasil devido à nova legislação da União Europeia, que exige comprovação de desmatamento zero para produtos importados. O setor pecuário e o cultivo de cacau foram identificados como menos alinhados com as exigências da lei.
As regras da UE obrigam as empresas que fornecem commodities à Europa a provar que seus produtos não têm origem em terras desmatadas após 2020, com prazo até o final de 2024 (ou metade de 2025 para micro e pequenas empresas) para implementar as mudanças. O Brasil, principal exportador mundial de carne bovina, enfrenta o desafio de demonstrar produção livre de desmatamento para manter uma receita de mais de 800 milhões de dólares proveniente das exportações de carne bovina para a UE.
O Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) desenvolveu um Índice de Probabilidade de Conformidade (de 0 a 1) para avaliar a conformidade de seis cadeias de suprimentos brasileiras (gado, madeira, cacau, soja, café e óleo de palma) com a nova legislação europeia. O índice considera indicadores como participação na produção exportada e adesão a padrões voluntários de sustentabilidade. Com base em dados nacionais, o índice permite comparações futuras e pode facilitar a cooperação entre a União Europeia e o Brasil para atender às exigências do comércio internacional.
O setor cafeeiro lidera em conformidade, com um índice de 0,89, seguido por soja (0,64), madeira (0,46) e óleo de palma (0,44). Por outro lado, cacau (0,32) e pecuária (0,3) enfrentam maiores desafios na transição para cadeias livres de desmatamento. O Índice de Probabilidade de Conformidade destaca peculiaridades e obstáculos específicos em cada cadeia de suprimentos agrícola.