Publicado em 06/02/2024 20h10

Mercado pecuário inicia 2024 com preços firmes

Previsões do USDA indicam uma redução nas importações chinesas de carne bovina em 2024.
Por: Agrolink

O mercado pecuário brasileiro iniciou o ano de forma sólida, com os preços do gado e da carne mantendo-se firmes, conforme apontado pela análise do Itaú BBA. No primeiro mês de 2024, os preços do boi gordo em São Paulo se mantiveram relativamente estáveis, oscilando em torno dos R$ 250 por arroba, um ligeiro aumento de 0,3% em relação à média de dezembro de 2023. Esta estabilidade, porém, contrasta com a deterioração das margens projetadas para os confinamentos desde o início de dezembro, impulsionada pelo aumento dos preços do milho e enfraquecimento dos futuros do boi nos meses seguintes.

A análise do Itaú BBA destaca ainda que, no mercado interno, as carcaças acompanharam o movimento do boi, mantendo-se estáveis em relação ao último mês do ano anterior. Esse cenário manteve o spread dos frigoríficos no mercado interno em torno de 4%, um valor consideravelmente superior aos anos anteriores, quando o preço do gado estava mais valorizado em relação à carne. No entanto, entre as proteínas animais no atacado, apenas a carcaça bovina sustentou-se em janeiro, enquanto aves, suínos e ovos acomodaram.

No âmbito das exportações, janeiro indicou outro mês forte em termos de quantidades, podendo marcar o melhor janeiro já registrado, com um aumento de 4,9% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar disso, o preço médio da carne exportada continuou em queda contínua, resultando em uma redução no spread das exportações.

À medida que as chuvas retornam às principais regiões pecuárias e aliviam a condição das pastagens, espera-se que a oferta de gado terminado evolua melhor a partir de fevereiro. Além disso, o retorno às aulas e o carnaval devem favorecer a demanda doméstica, auxiliando no escoamento do possível aumento da produção, bem como nas exportações, que permanecem fortes.

Diante dessas análises, é notável o desconto entre os contratos futuros do boi de janeiro para fevereiro, refletindo um mercado potencialmente mais ofertado. No entanto, é esperado um crescimento nas entregas de gado terminado nos próximos meses, impulsionado pela recuperação das pastagens e pela maior oferta sazonal de fêmeas de descarte em fevereiro e março.

As previsões do USDA indicam uma redução nas importações chinesas de carne bovina em 2024, porém, ainda em níveis expressivos, o que deve continuar favorecendo o escoamento da produção brasileira. Por outro lado, os EUA deverão aumentar suas importações, enquanto sua produção de carne bovina é prevista para diminuir, fortalecendo a demanda por importações.