Apesar de uma queda anual de 10%, o Brasil mantém sua posição como o segundo maior exportador global de algodão em 2023, enviando 1,618 milhão de toneladas e gerando US$ 3,07 bilhões em receita. A Associação Brasileira de Produtores de algodão (Abrapa) antecipou esse desempenho, atribuindo-o a condições climáticas adversas na safra 2022/2023 e desafios globais enfrentados pelo setor.
Conflitos armados em curso, como Rússia/Ucrânia e Israel/Palestina, afetaram a economia mundial, resultando em instabilidade nos mercados internacionais, aumento da inflação e taxas de juros, levando a uma desaceleração na demanda por algodão e redução das importações pela indústria têxtil ao longo de 2023. “Era uma questão conjuntural. Tanto que já no segundo semestre o ritmo de exportações acelerou. Foi quando colhemos a safra 2022/2023, com desempenho recorde e ótima qualidade em campo”, explica o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.
O otimismo na indústria brasileira de algodão em 2024 é fundamentado no desempenho das exportações em 2023, com 74% (1,194 milhão de toneladas) ocorrendo de julho a dezembro, refletindo um aumento de 24% em relação a 2022. Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, destaca que esse é o segundo melhor resultado desde 2018. A receita gerada posicionou o algodão como a sétima maior cadeia produtiva brasileira, contribuindo com 2% da receita total de US$ 167,5 bilhões, conforme o ranking de exportações do agronegócio do Insper.
O otimismo para 2024 é justificado pelo reconhecimento crescente da responsabilidade socioambiental, com mais de 80% da safra nacional certificada. A estratégia eficaz de manter contato próximo com os mercados compradores é evidenciada pelos 18 eventos internacionais e cinco missões comerciais realizadas pelo Brasil em 2023, consolidando a representação internacional da cadeia produtiva de algodão por meio do Cotton Brazil.
