Publicado em 12/01/2024 00h54

Brasil está mudando a agricultura através do solo

"Estamos desmistificando que a biologia molecular é um assunto tratado em laboratórios".
Por: Leonardo Gottems

O aumento da demanda por alimentos e o crescimento populacional impõem desafios à produção agrícola, mas também criam oportunidades para inovação e sustentabilidade. O Brasil busca práticas agrícolas eficientes para preservar o meio ambiente diante das mudanças climáticas, manipulação de solos e perda de biodiversidade, destacando-se em "tecnologias verdes" como os bioinsumos.

A startup GoSolos, fundada em 2022 pelos criadores da GoGenetic, destaca-se na identificação genética do solo, uma pesquisa inovadora. Sua equipe de microbiologistas e agrônomos visa comprovar a eficácia de práticas de manejo e biofertilizantes, analisando a microbiota do solo e seus microrganismos. A plataforma GoSolos sobressai ao examinar amostras de solo para avaliar a contribuição para a saúde das plantas, ciclagem de nutrientes e identificação de patógenos.

“A missão da GoSolos é justamente mostrar o universo gigantesco que existe embaixo da terra e usar essa informação a favor do agricultor. Estamos desmistificando que a biologia molecular é um assunto tratado em laboratórios e nos meios acadêmicos. Queremos que os produtores conheçam e entendam de maneira simplificada todo o ciclo produtivo de uma planta, evidenciando primeiro a importância da biologia do solo, antes de iniciar qualquer plantio.”, resume Vânia Pankievicz, CEO da GoSolos.

O mercado global de insumos biológicos está em crescimento, com o Brasil desempenhando um papel significativo devido à sua vasta produção agrícola. As vendas de produtos biológicos no país aumentaram 30% em 2023, atingindo cerca de R$ 4 bilhões, segundo a CropLife Brasil. A Embrapa Soja prevê que o mercado nacional de bioinsumos alcance R$ 16,9 bilhões em 2030. A identificação genética do solo, realizada por meio de microbiologia de precisão e sequenciamento genético de amostras pequenas, revela as sequências de DNA de bactérias e fungos em uma área específica. 

“Recolhemos informações gerais do produtor, como quais insumos foram utilizados, quais as características físico-químicas do solo, as condições climáticas da região e os cultivos anteriores. Assim, cruzamos esses dados com a análise biológica da área, gerando conhecimento com sugestões de manejo, usando a precisão da genética. O resultado é o avanço da produtividade por área plantada e a mitigação consistente de doenças”, analisa.

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