Publicado em 04/01/2024 16h40

Preços de fertilizantes devem se manter baixos em 2024

Uma preocupação emergente é o possível impacto da guerra em Israel.
Por: Agrolink

O mercado brasileiro de armazenamento de fertilizantes tem testemunhado um aumento contínuo na demanda por estruturas flexíveis. Enquanto em 2022 a formação de estoques de segurança predominava, impulsionada por preocupações com os possíveis efeitos da Guerra na Ucrânia, 2023 trouxe um cenário aquecido, motivado pelo notável aumento nas safras agrícolas, que batem recordes consecutivos no Brasil. Para atender às necessidades variáveis do setor de maneira eficaz e econômica, muitos têm optado por investir em infraestrutura flexível.

A empresa Tópico compartilha que os impactos da guerra na Europa foram menos significativos do que o esperado. Isso contribuiu para uma queda expressiva nos preços dos fertilizantes em 2023, com estimativas apontando para a manutenção ou até mesmo uma redução adicional em 2024.

Uma preocupação emergente é o possível impacto da guerra em Israel, um importante player no segmento de fertilizantes. Em 2022, o Brasil importou aproximadamente US$ 1,4 bilhão em fertilizantes, defensivos e sementes de Israel, correspondendo a 9% de todo o cloreto de potássio adquirido e 11% do fosfato diamônico (DAP) no ano.

Sergio Gallucci Parisi, Diretor Comercial e de Marketing da empresa, relata que, até o momento, não houve impactos significativos nas importações vindas de Israel devido à guerra. Entretanto, ressalta que os efeitos do conflito podem se estender além da movimentação do produto em si, demandando atenção contínua. “O Oriente Médio tem um papel chave no preço do petróleo, e um conflito na região pode impactar a oferta desta commodity, pressionando a cadeia logística e os preços de transporte marítimo, por exemplo, que compõe os custos do produto final colocado no destino”, comenta.

No entanto, de acordo com o especialista, as guerras em curso, apesar de relevantes na formação de preços, são um dos inúmeros fatores que regulam o valor das commodities. Outros, como a demanda e safras em outras regiões, também devem ser levados em consideração. “Seguiremos crescendo junto com o setor, onde somos parceiros dos principais players relevantes na cadeia, sejam os misturadores, os operadores portuários, logísticos e produtores. O setor agrícola ainda deve seguir crescendo no Brasil, mas os fatores climáticos - marcadamente os efeitos do El Niño - não podem ser desconsiderados no impacto da produção e consumo de insumos”, finaliza o diretor. 

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