Publicado em 28/11/2023 09h35

Pecuária brasileira tem prejuízos próximos a R$ 70 bilhões devido aos parasitas internos e externos

'Esses problemas também podem chegar a 20% de diminuição no ganho de peso dos animais', diz especialista
Por: Mariana Tabatiano

Os parasitas estão entre os problemas sanitários de maior importância na pecuária. Segundo um estudo publicado pela Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, foi comprovado que os parasitas internos (vermes) e externos (principalmente carrapatos, bernes e mosca-dos-chifres) causam prejuízos próximos a R$ 70 bilhões por ano no Brasil. "Esses problemas também podem  chegar a 20% de diminuição no ganho de peso dos animais, com prejuízos de 20 a 60kg por animal", informa o médico-veterinário Fernando Santos, gerente de vendas de grandes animais da Syntec do Brasil.

"As verminoses subclínicas equivalem de 90% a 98% dos casos, não apresentam sinais evidentes e típicos de uma verminose, dificultado a detecção, aumentando os prejuízos. Dos carrapatos, 95% estão nos pastos, então normalmente o que nós conseguimos ver representa apenas 5% do problema", comenta o veterinário. De 2 a 10% dos casos que demonstram sinais clínicos, é possível observar: perda de peso, diarreia, pelos sem brilho e quebradiços, comprometimento do couro e estresse.

Santos ressalta que "é essencial fazer o controle estratégico dos vermes e carrapatos, onde é realizado um protocolo antiparasitário antes que exista uma alta carga parasitária, prevenindo grandes infestações no rebanho e controlando a incidência dos carrapatos e parasitas internos, dessa forma, estamos trabalhando com uma medida preventiva, para reduzir o volume de parasitas do animal e consequentemente, mantermos controlada a carga parasitária nos pastos também".

O veterinário reforça que os protocolos de controle estratégico são personalizados. "É preciso avaliar individualmente cada propriedade, qual a região, quais os desafios, o rebanho, para ser proposto um protocolo personalizado para a realidade daquela propriedade em específico. No caso dos parasitas internos, é interessante iniciar o controle no início do período seco. Como recomendação geral, o ideal é fazer a vermifugação no início, no meio e no fim do período seco, de preferência. É importante que o protocolo de controle encaixe com as realidades de manejo da propriedade."

De acordo com o especialista, em relação aos carrapatos, o ideal é fazer o controle no fim do inverno/do período seco, antes de iniciarmos as chuvas, de fato. Esse período pode coincidir com o início da estação de monta de algumas propriedades.

"Não podemos deixar de falar na resistência parasitária, por isso é importante o acompanhamento de um profissional e se possível, realizar o biocarrapaticidograma para confirmar quais são os princípios ativos que possuem resistência e eficácia na propriedade" reforça.

O médico-veterinário recorda que, "existem diversos manejos importantes para se obter eficácia, como: Fazer a aplicação subcutânea corretamente, não permitir o refluxo na aplicação, seguir as recomendações de bula e não realizar subdosagem."

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