Publicado em 27/11/2023 14h55

Conexão Brasil-Argentina: multinacional de saúde animal apresenta potencial da pecuária brasileira aos maiores pecuaristas da Argentina

A farmacêutica Biogénesis Bagó, com forte presença em diversos países da América Latina, organizou uma Gira Técnica com pecuaristas argentinos que vieram conhecer sistemas de produção pecuária do norte de Goiás
Por: Assessoria de Imprensa

Algumas das principais propriedades pecuárias do Centro-Oeste brasileiro foram apresentadas para mais de 30 pecuaristas e técnicos argentinos pela Biogénesis Bagó, por meio da primeira edição da “Gira Ganadera Biogénesis Bagó”. Foram visitadas três fazendas e um frigorífico das cidades de Novas Crixás (GO) e Palmeiras de Goiás (GO) para o grupo de produtores, que são clientes da multinacional na Argentina.

No primeiro dia, depois de receber orientações sobre as características e o perfil da pecuária brasileira, o grupo de pecuaristas argentinos percorreu mais de 370 km e desembarcou na cidade de Nova Crixás para conhecer o trabalho de três propriedades do município.

Pecuária de grande porte

A primeira visita dos hermanos foi à Fazenda Conforto, que conta com uma área total 12.000 hectares, unindo agricultura e pecuária por meio de divisões entre espaços de irrigação, plantio de milho, soja e capim, reserva legal e confinamento.

Criada em 1996 e desde 2006 realizando confinamentos, durante cinco anos a propriedade foi premiada como a fazenda de confinamento que mais produziu arroba de gado no Brasil. Fechando 2023 com 170 mil animais confinados para terminação, a área de confinamento da fazenda conta com uma capacidade estática de 71 mil animais, podendo armazenar 460 mil sacas em silos aéreos.

Os argentinos também puderam conhecer a estrutura do local, que conta automação total de trato, gestão de curral por curral, controle sanitário e implementação de técnicas para o bem-estar animal, além da estrutura de cochos cobertos.

O CEO da Fazenda Conforto, Sergio Pellizzer, destacou que os investimentos na propriedade fazem parte da busca por uma pecuária mais sustentável e de alta produtividade, mas com muito respeito pelas pessoas e ao meio ambiente. “Temos no Brasil um grande desafio, um compromisso traçado entre os grandes produtores, que é a partir de janeiro de 2026 ter todo gado do país rastreado na origem. Não vi iniciativas de grandes players nesse sentido e me recordo de que no ano passado pesquisei 1.500 startups dentro do agro e não encontrei alguma que pudesse atender algumas dores que tínhamos em termos de gestão, comunicação com os parceiros e aquisição bovina, além de rastreabilidade. Com esse cenário, decidimos criar um squad dedicado e com seis engenheiros de software, front-to-front, gerente de projetos, entre outros, conseguimos desenvolver desde o começo do ano o que a gente chama de APP. Vamos começar a utilizar esse software a partir de janeiro para digitalizar toda compra e venda de gado no Brasil, trazendo outras funcionalidades em termos de gestão para controle de aquisição de gados, origem e rastreabilidade”, adiantou Pellizzer.

É por meio de parceiros, como a Biogénesis Bagó, com suas soluções baseadas nos seis pilares da nova pecuária – sanidade, genética, nutrição, sustentabilidade, gestão e bem-estar animal - que a Fazenda Conforto vem realizando a gestão e o acompanhamento da saúde e da performance dos animais desde a entrada até o momento da saída para o abate.

Encerrando a programação do primeiro dia, o grupo pôde conhecer um pouco mais da pecuária desenvolvida na região, por meio de um encontro na sede do Sindicato Rural de Nova Crixás, que possui cerca de 150 sindicalizados. O presidente da entidade, Inácio de Assunção Filho destacou a importância da troca de experiências com os produtores argentinos. “Ficamos felizes em mostrar a nossa tradição na pecuária e espero que tenham gostado. Nossa expectativa é que iniciativas como essa não parem por aqui, pois a troca de informações sempre é muito importante para gerar aprendizado e oportunidades de interação entre as formas de trabalho”, explicou Assunção.

Pecuária de qualidade a toda prova

O segundo dia de visitas teve início no trabalho de qualidade focado em nutrição e reprodução de excelência realizado na Fazenda Favorita, do grupo Kiko’s Ranch, que possui a capacidade estática de 20 mil cabeças, promovendo 100% da terminação dos animais em confinamento para, posteriormente, seguirem a exportação. Com uma estrutura de 20 anos que foi modernizada em 2022, a fazenda, que atende também outras propriedades do grupo, conta com fábrica de ração, produz aditivado no período de chuvas e soluções proteinadas no período de seca. O gerente geral da Fazenda Favorita, José Claudio Silva contou que a propriedade já superou o objetivo de entregar 40 mil bois em 2023, com uma média anual de 22,5 arrobas de peso. Ele destacou a contribuição de parceiros na dinâmica de três dietas no confinamento na produção de forragem em 2 mil hectares.

“O resultado nutricional é fruto de série de composições, como equipe de manejo, genética, nutrição e sanidade. É neste ponto que entram parceiros como a Biogénesis Bagó, que entrega as proteções que buscamos. Em nossa propriedade, a força da companhia contribui bastante na parte de pasto, com as vacinas de proteções e vermífugos, principalmente na etapa de confinamento, com a imunização de enfermidades respiratórias, que, como poucos provedores de medicamentos do mercado, realmente protegem o nosso gado”, enfatizou Silva.

Talento e muita dedicação familiar na produção e nutrição animal

Depois de conhecer mais uma das propriedades de referência na pecuária brasileira, o grupo de pecuarista argentinos seguiu para Fazenda Esplanada, que foi iniciada em 1998 e desde 2008 realiza cria e ciclo completo. A propriedade faz parte do grupo VB Alimentos, conta com capacidade estática de confinamento de 4 mil animais das raças Angus e Nelore, com 131 divisões de pastos, 22 piquetes e uma estrutura voltada para bezerreiros no sequestro. 

Criada por Vicente Muniz de Carvalho, a propriedade está passando pelo processo de sucessão familiar, por meio da atuação em conjunto do sócio fundador e seu filho, Marcelo Pacheco de Carvalho, que tem buscado ampliar a viabilidade econômica da fazenda, que faz a reprodução 100% via Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

Com atuação no sistema de cria e confinamento para dar suporte a uma parte dos animais, Marcelo relatou que atividade de pecuária representa 5% do faturamento do grupo VB Alimentos. A produção pecuária da fazenda enfrenta desafios como todas as outras da região e que, com o auxílio das soluções da Biogénesis Bagó, pode estrategicamente conter os problemas principalmente que acometem a fase neonatal em períodos de seca.

“O desafio é especialmente lidando com o cruzamento industrial e toda vez que falamos de cruzamento industrial no Brasil Central, nos referimos à genética taurina com zebuína, impondo um desafio sanitário quase que automático. Ter a parceria de empresas sérias, que dão suporte, tentam entender a demanda e atendem as verdadeiras necessidades sanitárias é fundamental”, assinalou.

“Tínhamos um desafio muito grande, que agora conseguimos amenizar bastante a partir da parceria com a Biogénesis Bagó na questão das diarreias neonatais. Devido ao nascimento num período muito quente, qualquer desarranjo que acontece gera uma desidratação muito rápida dos bezerros e, consequentemente, mortalidade, especialmente os bezerros que sobem para o sistema de sequestro em suplementação. Dessa forma, a vacinação, que é feita no período de gestação da fêmea, ajuda realmente a dar ganho imunológico na matriz e melhorar toda a estrutura de imunidade do bezerro durante o período neonatal”, relatou o pecuarista. “O mais importante que os laboratórios devem ter em mente é que não adianta somente ter produtos. É necessário um acompanhamento, uma proximidade para que a solução seja bem aplicada, bem usada, na hora e da maneira certa. Vejo isso como um diferencial que a Biogénesis Bagó tem tido aqui na Fazenda Esplanada”, detalhou Marcelo.

Padronização que gera resultados

Após retornar a Goiânia, para fechar o ciclo de visitas, no último dia de Gira Técnica os pecuaristas argentinos conheceram a estrutura de abate e processamento de carne bovina da maior unidade frigorífica da Minerva Foods no Brasil, localizada em Palmeiras de Goiás. O grupo acompanhou em detalhes, seguindo todas as exigentes normas sanitárias, todo o processamento da proteína animal produzida nas fazendas da região.

Além de conhecer um pouco da história da empresa, que conta com 33 unidades industriais, produz para clientes do mundo todo por meio de 14 centros de distribuição e 12 escritórios internacionais, os pecuaristas puderam saber mais sobre o Programa de Eficiência de Carcaça (PEC), uma iniciativa da companhia em conjunto com a Phibro Saúde Animal e a Biogénesis Bagó para premiar os produtores que ajudam a elevar os padrões de qualidade e eficiência na produção de gado no Brasil.

Na sequência, para fechar a programação, o grupo teve uma visão da pecuária mundial e sul-americana apresentada pelo consultor de projetos de pecuária intensiva, Roberto Barcellos.

Não é rivalidade, é irmandade

O Gerente Técnico Comercial da Biogénesis Bagó na Argentina, Juan Cruz Muriel, frisou o potencial que pôde ser visto e revelou o sentimento de agradecimento que os pecuaristas apresentaram durante a participação na Gira Técnica.

“Para nós, como Biogenésis Bagó Argentina, foi muito bom ter essa interação de equipes e oportunizar para alguns dos melhores produtores da Argentina a participação em uma Gira Técnica pela primeira vez no Brasil foi um adicional de valor ao nosso serviço. Trazê-los para ter uma conexão com os produtores de Brasil ajudou a abrir a cabeça e ter novas visões de produção e desenvolvimento do negócio. À medida que a Gira foi ocorrendo, muitos dos participantes se aproximavam e me agradeciam pela oportunidade de trazê-los. Estou muito impactado pelo potencial, pelo território, apesar dos desafios de clima. Todos os produtores que conhecemos trouxeram uma mensagem de sustentabilidade, de otimização da produção e de cuidado de sua própria gente”, declarou Muriel.

O pecuarista de Buenos Aires, com 27 anos atuando com ciclo completo, Pablo Tassone destacou o encantamento com os sistemas intensivos de confinamento adotados no Brasil e frisou que, no sistema de cria, é notório que as operações ainda estão no início, um cenário diferente do visto na Argentina. “O que me chamou muito a atenção é que a pecuária brasileira no sistema de cria ainda está começando, comparado ao que temos em genética na Argentina. Os sistemas intensivos brasileiros, por meio dos confinamentos, e a produção buscando eficiência para atender a necessidade de demanda são bem valorosos”, resumiu Tassone.

O médico-veterinário Fernando Apa destacou a grande capacidade tecnológica da pecuária brasileira em diversas etapas. “Levamos daqui o potencial que tem o Brasil e as questões que temos em comum. Vocês têm uma grande tecnologia nos insumos, não só em sanidade, mas também em nutrição. Acho que aqui há muita capacidade de pensar e para fomentar a tecnologia do processo”, reiterou Apa.

Segundo o médico-veterinário e gerente de Marketing Brasil e LATAM Norte da Biogénesis Bagó, Carlos Godoy, o objetivo foi alcançado e toda dinâmica só foi possível graças à contribuição dos pecuaristas clientes da companhia. “É muito importante que tenhamos uma parceria forte de ambos os lados. É muito mais do que somente viajar com os pecuaristas argentinos para as fazendas brasileiras. Nos quatro dias de visitas, os produtores argentinos tiveram acesso ao que nem sequer outros pecuaristas brasileiros de outras regiões têm. Conhecemos em detalhes as estruturas físicas das fazendas, manejos de pastagens, integrações lavoura-pecuária irrigadas por pivot central, currais de manejo de bem-estar animal, fábricas de rações, calendarização sanitária e nutricional, além de acesso aos números e informações que subsidiam a formação e a construção das tomadas de decisão e gestão de ambos os lados. Isso reforça a parceria e a imagem que a Biogénesis Bagó tem construído no cenário brasileiro, argentino e de toda a América Latina”, encerrou Godoy.

Sobre a Biogénesis Bagó

A Biogénesis Bagó, empresa líder nos principais mercados da América Latina, com projeção global, é comprometida com o desenvolvimento de soluções para a saúde e sustentabilidade da produção pecuária por meio da biotecnologia. A empresa desenvolve e comercializa produtos e serviços veterinários criados para garantir a saúde e melhorar a produtividade dos rebanhos bovinos de carne e leite. Conta com um portfólio de mais de 70 produtos e 650 registros em distintos países da América Latina, China e Ásia.

Com escritórios na Bolívia, Brasil, América Central, México, Uruguai e Ásia, sua sede está localizada na Argentina, com fábricas em Monte Grande e Garín (província de Buenos Aires). No Brasil, conta com uma planta fabril na cidade de Araçoiaba da Serra (SP). A empresa é a maior provedora de vacinas antiaftosa do mundo, tanto que três em cada 10 vacinas antiaftosa aplicadas na América são produzidas pela Biogénesis Bagó. A capacidade anual de produção da empresa é de 400 milhões de doses de vacinas contra febre aftosa, 30 milhões de doses de vacina antirrábica e 100 milhões de doses de vacinas combinadas.