O Fundecitrus, com o apoio do Grupo Agromillora e da Embrapa, promoveu ontem (7), em Araraquara, o Simpósio Internacional “A nova citricultura - sistemas de produção e automação dos citros”.
O evento reuniu cerca de 500 pessoas, que acompanharam onze palestras de especialistas e pesquisadores de diversos países, além de profissionais de destaque do setor, que discutiram sobre os avanços mais recentes da área, desafios e as tendências inovadoras de produção e automação dos citros.
O presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, fez o discurso de abertura falando sobre a importância da evolução da citricultura. “É uma cultura que enfrenta muitos desafios, e continua sendo a mais produtiva. Precisamos evoluir junto com a ciência e a tecnologia, aprimorar a segurança e a qualidade no campo, nos adaptando aos novos métodos de trabalho. O mercado muda e a nova citricultura paulista também precisa se modernizar”, afirma.
Em seguida, o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, juntamente com o pesquisador do Fundecitrus, Renato Bassanezi, falaram sobre as tendências e desafios da nova citricultura. “O Simpósio levou ao setor informações atualizadas sobre colheita mecanizada, automação de operações, porta-enxertos ananicantes e poda, com especialistas de vários países, mostrando qual será o direcionamento da citricultura do futuro. Mesmo com o grande desafio que é o greening, essas informações vão ajudar o citricultor no planejamento do seu pomar e na transformação do setor citrícola”, ressalta Ayres.
Ao longo do dia, os especialistas brasileiros Efraim Albrech (Agricef), Ronaldo Sacomani (Jacto), Bruno Pavão (Solinftec) e os especialistas representantes de empresas internacionais Francisco Arenas (Ifapa, Espanha), Thierry Le Briquer (CHN Industrial/França), Sergi Moreno (Tecnofruit/Espanha), Ignasi Iglesias (Agromillora), Rodolfo Storari (Citromax/Argentina) e Claudia Nasser (Tevel/Israel) apresentaram palestras sobre diversos temas e participaram de debate em mesa-redonda.
O pesquisador da Embrapa Eduardo Girardi abordou o tema “Novos porta-enxertos, adensamento e poda de citros no Brasil”. “Apresentei os experimentos e tecnologias que a Embrapa, o Fundecitrus e outros parceiros estão desenvolvendo na área de melhoramento genético, inclusive porta-enxertos novos para a citricultura, como o nanismo, característica indicada para as práticas de colheita, controle de doenças e pulverizações que facilitam o adensamento do plantio e as podas, práticas importantes na citricultura moderna”, comenta.
O diretor técnico e de desenvolvimento do Grupo Agromillora, da Espanha, Ignasi Iglesias, falou sobre o “Novo modelo produtivo para a citricultura, mais eficiente e sustentável”. “Apresentei as práticas realizadas em outros países, em culturas diferentes e o quanto podem ser eficientes na citricultura brasileira. É preciso inovar junto com os novos conceitos, com novos modelos produtivos e com um novo material e, mesmo com os desafios enfrentados com o greening, essa mudança será muito importante para o setor citrícola”, explica Iglesias.
Também esteve presente no evento o subsecretário de agricultura do governo do estado de São Paulo, Orlando Melo de Castro. “Esse é um evento focado em inovação para uma nova citricultura, e São Paulo é o maior celeiro de ciência e inovação. Precisamos vencer o greening e somar esforços entre secretarias, instituições e citricultores para que o Brasil não passe pela mesma situação que a Flórida. Para isso, estabelecemos medidas de ação, como a criação do comitê de combate ao greening e um canal para denúncias de pomares com a doença”, destaca.
Durante o evento, o presidente e o gerente do Fundecitrus também prestaram uma homenagem ao idealizador da primeira indústria de suco de laranja concentrado do país (Suconasa), Jacques Benchetrit, como reconhecimento pelo apoio ao desenvolvimento da citricultura.