Apesar da média do ano estar abaixo do esperado pelos produtores rurais, a arroba do boi gordo vem apresentando reação nos últimos dias. No entanto, de acordo com dados do Centro de Pesquisas Agropecuárias - o CEPEA, a valorização da arroba não foi suficiente para melhorar o poder de compra de pecuaristas terminadores. De acordo com o próprio Centro, em setembro, os pecuaristas precisavam de 9,58 arrobas de boi gordo paulista para a compra de um bezerro sul-mato-grossense (nelore, de 8 a 12 meses), contra 8,36 arrobas em setembro de 2022.
O mês atual se mostra ainda mais desfavorável ao pecuarista terminador, desde outubro de 2021. Atualmente para se comprar um bezerro sul-mato-grossense são necessárias 10,27 arrobas. Para fechar a conta, é preciso aumentar o ganho. Uma saída aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul é encontrada na Associação Novilho Precoce MS, entidade que possui cerca de 400 associados, beneficiados por uma tabela com valores diferenciados tanto na venda de animais quanto na compra de insumos, negociada pela própria instituição, como explica o superintendente, Alexandre Guimarães.
“A ASPNP nasceu com a missão de bonificar o produtor de carne com qualidade. Em 1998 iniciaram as negociações com supermercados e a indústria frigorífica, que paga a mais para quem produz com qualidade, regularidade e de forma mais sustentável, baseando-se numa engorda estratégica e precoce, sem esquecer questões ambientais e sociais. Além disso junto com os grupos de compra coletiva, o produtor consegue garantir uma margem de lucro e atravessar os momentos de baixa na arroba com menor impacto e menores dificuldades na compra para recria, como o que estamos vivendo agora”, pontua Guimarães.
A bonificação é estabelecida através de uma tabela negociada anualmente com a indústria frigorífica. Os valores variam para machos e fêmeas, conforme a idade do animal e o rendimento de carcaça. O associado, Antônio João de Almeida, conhecido como Joca, que faz recria e engorda de fêmeas em sua propriedade, na cidade de Corguinho (MS), diz que a bonificação recebida ajuda tanto na parte financeira, quanto na gestão da propriedade.
“Além de receber a premiação pela qualidade do animal, eu também tenho acompanhamento do abate por uma equipe especializada, que verifica todo o processo no frigorífico. Esse acompanhamento vai desde o recebimento do animal, passando pelo abate, até a pesagem da carcaça através da balança da Associação”, explica Joca, referindo-se à balança da entidade que fica dentro do frigorífico. “Eles acompanham o acerto financeiro com o frigorífico e me fornecem todos os dados do abate. No final, também recebo um relatório detalhado de todo o processo realizado. Ou seja, o bônus da Associação é difícil de mensurar apenas em valor financeiro, ele representa mais que isso”, ressalta o pecuarista.
Além da bonificação, os grupos de compras coletivas se apresentam como alternativa para diminuir os custos e aumentar a margem do criador. Nas negociações feitas pela Novilho Precoce MS, é possível adquirir sêmen bovino, herbicidas, MUB, sal e rações, com preços abaixo do valor de mercado, levando em consideração o alto volume adquirido pela Associação.
“A compra coletiva é outro benefício importante e uma excelente maneira de reduzir os custos com insumos que consomem grande parte da receita da fazenda. As doses de sêmen, por exemplo, podem sair até 50% mais baratas se forem adquiridas via grupo de compra, uma redução crucial para o cenário atual da pecuária”, conclui Guimarães.
Sobre a Novilho Precoce MS
Fundada em 1998 por um grupo de pecuaristas, a Novilho Precoce MS tem como objetivo atender à crescente demanda por carne bovina de qualidade comprovada. Atualmente, possui 400 associados, realizando um abate mensal de 10 mil animais. Fornecendo carcaças para dentro e fora do MS, a Novilho Precoce possui parcerias significativas com frigoríficos, supermercados e distribuidores, comprometendo-se a oferecer produtos de qualidade com regularidade, segurança e certificação, atendendo a todas as exigências atuais
