Publicado em 31/10/2023 09h02

El Niño destrói feijão no Paraná

A expectativa é de uma redução na produtividade de feijões-pretos e feijões-cariocas.
Por: Leonardo Gottems

O El Niño está destruindo o feijão no Paraná, segundo informações do Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (Ibrafe). Neste momento, o fenômeno climático conhecido como El Niño, um dos mais discutidos e temidos por agricultores em todo o mundo, está tendo impactos diretos e indiretos na produção de feijão no Brasil. Em um primeiro momento, ele prejudica seriamente os produtores e, posteriormente, afeta os consumidores.

“Esperava-se uma colheita de 126 mil toneladas de Feijão-preto, o que seria 10% menor do que no ano anterior. No entanto, essa quantidade ainda seria suficiente para abastecer o mercado interno. Caso houvesse excedentes, havia a perspectiva de fornecer ao México e a outros países da América Central que sofreram com a seca durante o desenvolvimento de suas safras. Agora, dos 70 mil hectares que poderiam ter essa produção, ainda é incerto quanto sobreviverá em condições propícias para um bom desenvolvimento. Algumas áreas que não foram plantadas serão substituídas por soja. Quanto ao Feijão-carioca, a produção estava estimada em 72 mil toneladas”, comenta.

A expectativa é de uma redução na produtividade de feijões-pretos e feijões-cariocas devido a problemas de germinação causados por chuvas intensas e altas temperaturas. Essas perdas se somam aos danos nas lavouras do Sul e de São Paulo, com áreas plantadas menores em comparação com o ano anterior. No entanto, preços favoráveis são esperados, o que pode compensar as perdas e beneficiar quem tem estoques da terceira safra. Você pode, inclusive, conferir os preços do feijão clicando aqui.

“Ainda é muito cedo para afirmar com certeza, mas haverá perdas de produtividade tanto nos Feijões-pretos quanto nos Feijões-cariocas. Em alguns casos, a germinação não está acontecendo devido às fortes chuvas seguidas de altas temperaturas. Assim, as perdas vão se somando ao efeito das chuvas intensas que têm causado danos nas lavouras da região Sul e de São Paulo. Além disso, as áreas são menores quando comparadas com o ano passado. No entanto, as perspectivas são francamente favoráveis para preços que compensem essas perdas e remunerem aqueles que estão com estoques da terceira safra”, conclui.