Publicado em 30/10/2023 20h07

Nível do Rio Paraguai segue abaixo da média histórica e Governo monitora situação da navegabilidade na Hidrovia

De acordo com os dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), em 30 de outubro de 2023 o nível havia atingido 110 cm na régua de Ladário; 47 cm em Porto Esperança; 238 cm em Porto Murtinho.
Por: Semadesc - Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação

O nível do Rio Paraguai segue abaixo da média histórica e o Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), monitora a situação da navegabilidade na Hidrovia. De acordo com os dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), em 30 de outubro de 2023 o nível havia atingido 110 cm na régua de Ladário; 47 cm em Porto Esperança; 238 cm em Porto Murtinho.

Essas medidas são superiores às registradas pelas mesmas réguas na mesma data nos anos de 2020, 2021 e 2022, mas ainda estão abaixo da média histórica. Em cinco dias, o nível do rio caiu 24 cm em Ladário, 28 cm em Porto Esperança e 25 cm em Porto Murtinho, uma média de 5 cm diários. A precipitação acumulada também segue abaixo da média histórica nos três locais de medição: Ladário (43,4 mm); Porto Esperança (2,8 mm) e Porto Murtinho (36,8 mm).

De acordo com o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, a navegabilidade na Hidrovia do Rio Paraguai depende de ações de dragagem pelo governo federal, pois é uma situação emergencial. “O Novo PAC prevê R$ 95 milhões para custear a dragagem de três trechos do Rio Paraguai, entre Corumbá e Porto Murtinho, mas esse trabalho deve ser concentrado no Tramo Norte do Rio e precisamos também no Tramo Sul”, comenta.

O titular da Semadesc lembra que uma possível saída é o PGO (Plano de Geral de Outorgas), anunciado na última semana pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), juntamente com a abertura de chamamento público voltado ao recebimento de estudos para o Rio Paraguai. “O chamamento público trata do recebimento de estudos para o projeto da Hidrovia do Paraguai. Neste primeiro momento, os estudos a serem captados compreenderão o trecho da futura hidrovia localizado entre a cidade de Cáceres e a foz do Rio Apa, na divisa com o Paraguai”, informa o secretário Jaime Verruck.

Por se tratar de uma das mais antigas vias navegáveis do país, com movimentação de carga consolidada e potencial para aumentar em pelo menos quatro vezes o atual volume, a futura concessão da Hidrovia Paraguai impulsionará o transporte de commodities agrícolas e minério de ferro.

Comboios já reduziram carga pela Hidrovia

Na última semana, o presidente da Adecon (Agencia de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro-Norte), Roland Klein Júnior, encaminhou ofício ao diretor de Infraestrutura Aquaviária do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Erick Moura de Medeiros, no qual trata da situação emergencial na navegação do Rio Paraguai, caso não ocorram providências imediatas de dragagem para a manutenção dos passos críticos.

“O rio vem baixando 6 a 8 cm ao dia. Ou seja, em poucos dias estaremos com um nível de água que inviabilizará a navegação comercial e, como o período chuvoso está atrasado, temos um risco não previsto para este ano de que, já para o início de novembro, teremos paralisada a navegação comercial ou mantê-la com baixíssima quantidade de carga”, diz o presidente da Adecon no ofício.

Segundo Roland Klein, em Porto Gregório Curvo, próximo a Ladário, os comboios já estão saindo com 30% a menos de carga e em Porto Murtinho - águas abaixo de Ladário (cerca e 300km), os comboios já estão saindo com 20% a menos de carga e com o passar dos as a redução obrigatoriamente aumentará. Com o atraso nas chuvas “o Brasil pode deixar de transportar, apenas na commoditie do minério de ferro, cerca de 600.000 toneladas - entre novembro de 2023 a janeiro de 2024 - uma perda de receita de mais de 60 milhões de dólares, fora o transporte de grãos que também já está sendo afetado”, diz o ofício da Adecon.

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