Publicado em 28/10/2023 19h39

Artigo: Insegurança jurídica, a maior praga da agropecuária brasileira

Confira o artigo completo de Antonio Galvan sobre como a insegurança juridica causa impactos no agro brasileiro.
Por: Antonio Galvan, Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja – Aprosoja Brasil

É de conhecimento de todos que a elevação dos custos de produção encarece o preço dos alimentos e reduz o dinheiro que circula nas regiões produtivas e a rentabilidade das famílias envolvidas, trazendo impacto negativo para a geração de empregos. 

Imagem de Sang Hyun Cho por Pixabay

Por este motivo, produzir mais com menos é uma busca permanente de todo o produtor rural, seja ele de pequeno, médio ou grande porte, pauta esta que é defendida abertamente pela Aprosoja Brasil. 

Quem produz faz contas. E quem faz contas não pode ser contrário ao uso de insumos biológicos e à sua produção on farm. Cada vez mais os produtores rurais estão buscando os defensivos biológicos e reduzindo a aplicação de pesticidas químicos. 

O mesmo ocorre no caso dos fertilizantes. Em razão da guerra no leste europeu, seus preços sofreram grande elevação, o que fez com que muitos agricultores busquem entender como funcionam os remineralizadores de solo, como o pó de rocha, para diminuir a dependência de importados. 

Produzir alimentos de qualidade e em quantidade para atender a demanda nacional e internacional exige boa dose de coragem para enfrentar os riscos da produção a céu aberto e conhecimento técnico aliado à sabedoria para fazer os investimentos certos em insumos, equipamentos e mão de obra. 

A oferta de carnes, leites, ovos, óleos e derivados não seria possível sem a produção de grãos como a soja e o milho. Portanto, produzir grãos, como fazem grandes nações como Estados Unidos, China, entre outras, precisa ser considerada uma política de estado e o esforço dos agricultores reconhecido pela sociedade. 

A produção desses grãos em larga escala também não ocorreria se não tivesse havido investimentos em pesquisa e tecnologia para melhorar a fertilidade dos solos e proteger as plantas das pragas, nem sementes que contribuem para alta produtividade agrícola. 

Já fazemos no Brasil a agricultura mais sustentável do mundo, reconhecida pela FAO/ONU devido às boas práticas já consagradas para conservação do solo, como o plantio direto, a rotação de culturas e a Integração Lavoura-Pecuária e Floresta. 

E a ampliação dos insumos biológicos em nossa cadeia produtiva representa um novo estágio de desenvolvimento de nossa produção agroindustrial, que tornará o Brasil ainda mais sustentável e competitivo em comparação com outros países. 

Mas apesar de o uso dos biológicos representar uma boa notícia para toda a sociedade, os produtores ainda enfrentam resistências de alguns setores para produzir seus próprios bioinsumos dentro da propriedade. 

Os agricultores enfrentam também insegurança jurídica para produzir sob a constante ameaça de invasões de terras e de desapropriações para a criação de reservas indígenas sem a devida e justa indenização aos proprietários. 

Portanto, se o governo atual promover ações que garantam segurança jurídica e redução dos custos de produção, estas medidas receberão o apoio dos produtores rurais. O que essas famílias esperam é que se combata a insegurança jurídica, esta, sim, a maior praga que ataca a agropecuária brasileira. 

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