Publicado em 15/08/2023 19h14

Em região do Pantanal, Sebrae e IHP capacitam jovens com foco em mercado de turismo

Alunos do Alto Pantanal vêm recebendo cursos; instituições também vêm mapeando oportunidades com turismo comunitário na região.
Por: Sebrae - MS

Uma das cidades mais antigas de Mato Grosso do Sul, Corumbá guarda um rico patrimônio cultural simbolizado em práticas como a viola de cocho, o Banho de São João, além de estar entre os municípios que possui o bioma Pantanal, maior reservatório de água doce do mundo. Estas características tornam o destino atrativo para turistas – e a organização do setor turístico pode significar a entrada de mais visitantes na região, gerando ganhos para a economia local.

Olhando para este cenário, por meio do programa Pró Pantanal, o Sebrae/MS e o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) estão, desde setembro de 2022, promovendo capacitações junto a cerca de 150 alunos de quatro escolas localizadas na região do Alto Pantanal: Jatobazinho, Paraguai Mirim, Barra do São Lourenço e Santa Mônica. São crianças e adolescentes que vêm aprendendo mais sobre a história, geografia e natureza local.

O objetivo, com este trabalho, que encerra agora em agosto, é promover a capacitação dos estudantes com olhar para a formação de “guias mirins” de natureza e contação de histórias, possibilitando, futuramente, a introdução desses jovens no mercado de turismo de Corumbá. A própria região do Alto Pantanal possui vocação para atividades turísticas, com base em mapeamento social já realizado pelo Sebrae e IHP. 

“O mapeamento social desempenha um papel crucial na consolidação de propostas de desenvolvimento turístico, uma vez que identificam recursos únicos naturais, culturais e históricos exclusivos do Alto Pantanal incluindo tradições culturais e modos de vida tradicionais. Por serem pontos exclusivos, podem ser destacados nos roteiros turísticos para atrair visitantes em experiências e trabalhar com os jovens das comunidades ribeirinhas o sentido de pertencimento, vislumbrando oportunidade de no futuro empreender no setor turístico através de seus saberes, garantindo o desenvolvimento socioeconômico das comunidades quanto à preservação da sua cultura e do meio ambiente”, explica a analista-técnica do Sebrae/MS, Katia Muller.

De acordo com a consultora técnica sênior no IHP, Grasiela Porfírio, a cada sensibilização nas escolas, um tema diferente foi tratado, como diversidade da fauna do Pantanal, a gestão de resíduos sólidos, vegetação e formas de dispersão de sementes no bioma, a coexistência entre ser humano e fauna e os conflitos que podem existir, além do comportamento das onças-pintadas, animal presente no convívio dos jovens.

“Essas capacitações ocorrem dentro da proposta de reforçar a educação ambiental e entendimento para valorização do bioma para jovens de comunidades ribeirinhas, que já têm um contato muito importante com a natureza. Temos a proposta de replicar e reforçar esse compromisso de conservação e permitir que eles possam entender melhor sobre o desenvolvimento sustentável no longo prazo. Buscamos mostrar que o Pantanal é um ativo na vida deles”, explica a consultora Grasiela Porfírio.

Fomento ao Turismo Comunitário

Além da capacitação junto aos jovens, outra vertente de trabalho realizada no âmbito da parceria é o apoio à estruturação de atividades turísticas no Alto Pantanal. As instituições identificaram que o turismo comunitário pode ser uma opção interessante, e a proposta é, ao final, elaborar um itinerário de visitação ao território, fortalecendo o desenvolvimento das comunidades e ampliando com isso as possibilidades de ganho através do empreendedorismo.

A coordenadora Operacional no IHP, Isabelle Bueno, pontua que o mapeamento permite o engajamento junto às comunidades. “O mapeamento social permite identificar líderes nessas comunidades para que o diálogo seja reforçado. E, com isso, viabilizar e fomentar o envolvimento destas comunidades com as ações do ecoturismo e o desenvolvimento sustentável. Quando a gente identifica os potenciais e a vontade das pessoas, podemos ampliar a participação delas nas receitas advindas da atividade do ecoturismo e também aliar essa questão nos esforços de conservação”, disse.

Até o momento, já foram identificadas nas quatro comunidades pesquisadas, as estruturas físicas disponíveis para oferta de atividades turísticas, serviços fornecidos aos turistas, produção de gêneros alimentícios ou produtos artesanais feitos que podem ser potencializados para a atividade de turismo comunitário. Há estrutura para pernoite, oferecimento de refeições, meio de transporte para realização de passeios, produtos oriundos da agricultura familiar para venda, entre outros pontos relevantes para a estruturação do itinerário.

Também foram levantados nas comunidades grupos de coletivos e colaboradores com potencial de envolvimento nas atividades de Ecoturismo, como condutores, piloteiros e piloteiras, apoio e logística, alimentação e agricultura, economia criativa com artesanato. “São todas oportunidades de inserção de grupos ou mesmo de moradores de forma individual para atender demanda de produtos ou serviços exigidos dentro da cadeia de valor do turismo”, finaliza Isabelle Bueno.

Sobre o Pró Pantanal

O Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal é uma iniciativa do Sebrae para fomentar atividades econômicas nos eixos do turismo, da economia criativa e do agronegócio existentes no Pantanal.

O programa tem apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Para obter mais informações sobre o programa Pró Pantanal e suas ações, fale com o Sebrae, pelo número 0800 570 0800. Visite o site oficial do programa clicando aqui

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