A estimativa de maio para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2023 é de 305,4 milhões de toneladas, 16,1% maior que a safra de 2022 (263,2 milhões de toneladas) e 1,1% acima da estimativa de abril, com acréscimo de 3.270.057 toneladas. A área a ser colhida é de 76,6 milhões de hectares, 4,6% maior que a área colhida em 2022 com aumento de 3,4 milhões de hectares. Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida cresceu 237.739 hectares (0,3%).
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos deste grupo, somados, representam 92,0% da estimativa da produção e respondem por 87,2% da área a ser colhida. Frente a 2022, houve altas de 24,0% para a soja, de 2,9% para o algodão herbáceo (em caroço), de 11,5% para o milho, com aumentos de 9,7% no milho na 1ª safra e de 12,0% no milho na 2ª safra, e de 5,5% para o trigo, enquanto para o arroz em casca, houve decréscimo de 5,6%.
Na área a ser colhida, ocorreram acréscimos de 3,1% na área do milho, de 1,2% na do algodão herbáceo (em caroço), de 16,6% na do sorgo, de 5,2% na do trigo e de 6,1% na da soja. Por outro lado, houve quedas de 5,6% nas áreas do arroz e de 2,5% na do feijão.
A estimativa de maio para a soja foi de 148,2 milhões de toneladas e a do milho, de 122,8 milhões de toneladas (27,9 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 94,9 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz foi estimada em 10,1 milhões de toneladas; a do trigo em 10,6 milhões de toneladas; a do algodão (em caroço), em 6,9 milhões de toneladas, e a do sorgo, em 3,7 milhões de toneladas.
Ante 2022, a estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas cresceu nas cinco Grandes Regiões: a Região Sul (26,9%), a Centro-Oeste (15,8%), a Sudeste (4,3%), a Norte (13,5%) e a Nordeste (3,3%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos a Região Nordeste (0,5%), a Região Centro-Oeste (2,9%) e a Região Norte (1,5%). A Região Sudeste apresentou estabilidade (-0,0%), enquanto a Região Sul apresentou declínio (-1,5%).
Mato Grosso é o maior produtor nacional de grãos, com participação de 31,1%, seguido pelo Paraná (15,3%), Rio Grande do Sul (9,7%), Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (8,6%) e Minas Gerais (5,9%), que, somados, representaram 80,2% do total. A distribuição por regiões foi: Centro-Oeste (49,6%), Sul (27,3%), Sudeste (9,5%), Nordeste (8,6%) e Norte (5,0%).
Frente a abril, houve altas nas estimativas da produção do trigo (7,3% ou 723 714 t), aveia (6,3% ou 70 853 t), sorgo (5,9% ou 207 797 t), milho 2ª safra (3,2% ou 2 968 400 t), arroz (2,1% ou 206 037 t), feijão 3ª safra (1,6% ou 10 110 t), cevada (0,7% ou 3 328 t), café arábica (0,4% ou 8 820 t), feijão 1ª safra (0,3% ou 3 585 t), café canéfora (0,2% ou 1 551 t), e quedas nas estimativas do tomate (-4,5% ou-177 003 t), feijão 2ª safra (-3,1% ou -42 397 t), mandioca (-1,0% ou -182 909 t), soja (-0,6% ou -867 990 t) e milho 1ª safra (-0,1% ou -21 813 t).
As principais altas nas estimativas da produção, frente ao mês anterior, foram em Mato Grosso (2.372.277 t), Mato Grosso do Sul (1.535.404 t), Goiás (359.108 t), Rondônia (238.722 t), Maranhão (40.869 t), Ceará (39.067 t), Alagoas (33.887 t), Rio Grande do Norte (11.580 t) e Acre (3.743 t). As variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-1.021.166 t), Paraná (-262.700 t), Distrito Federal (-56.250 t), Amapá (-19.144 t) e em Minas Gerais (-5.340 t).
ARROZ (em casca) – A estimativa de produção foi de 10,1 milhões de toneladas, aumento de 2,1% em relação ao mês anterior. Houve aumentos de 1,2% na área a ser colhida e de 0,9% no rendimento médio. Na comparação com 2022, houve declínio de 5,6%.
CAFÉ (em grão) – A produção brasileira de café, para 2023, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi de 3,3 milhões de toneladas, ou 55,4 milhões de sacas de 60 kg, alta de 0,3% em relação ao mês anterior e de 5,9% em relação a 2022. O rendimento médio, de 1 744 kg/ha, por sua vez, aumentou 1,0% no comparativo mensal e 3,1% no anual.
Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,3 milhões de toneladas, ou 38,5 milhões de sacas de 60 kg, aumentos de 0,4% em relação a abril e de 13,4% em relação ao ano anterior. Em 2022, a safra do café arábica foi de bienalidade positiva, contudo, registrou crescimento de produção aquém do esperado, uma vez que o clima seco e excessivamente frio do inverno de 2021 reduziu o potencial de produção. Para 2023, a bienalidade da safra deveria ser negativa, contudo, como não houve maiores problemas climáticos, aguarda-se um aumento da produção, havendo, portanto, uma “inversão de bienalidade”.
Para o café canephora, mais conhecido como conillon, a estimativa da produção foi de 1,0 milhão de toneladas, ou 16,9 milhões de sacas de 60 kg, aumento de 0,2% em relação ao mês anterior e declínio de 8,1% em relação a 2022. No comparativo mensal, a área plantada e a área colhida apresentaram aumentos de 0,2%, mantendo-se o rendimento médio.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. A produção do trigo deve alcançar 10,6 milhões de toneladas, aumentos de 7,3% em relação a abril e de 5,5% em relação a 2022. Se esse número se confirmar, em 2023 o Brasil deverá colher a maior safra de trigo da história. A área a ser plantada cresceu 1,7% ante o mês anterior, com o rendimento médio aumentando em 5,5% (3.206 kg/ha). No comparativo anual, a área plantada cresceu 5,2%, enquanto o rendimento médio aumentou em 0,2%.
A estimativa da produção da aveia foi de 1,2 milhão de toneladas, aumento de 6,3% em relação ao mês anterior, porém, declínio de 0,6% em relação a 2022.
Para a cevada, a produção estimada foi de 511,3 mil toneladas, aumento de 0,7% em relação ao mês anterior e crescimento de 1,5% em relação a 2022.
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão de 2023, considerando-se as três safras, foi de 3,1 milhões de toneladas, declínio de 0,9% em relação a abril. A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,1 milhão de toneladas, alta de 0,3% frente à estimativa de abril, resultado do aumento de 0,7% no rendimento médio e do declínio de 0,4% na área colhida. Esta safra representa 35,9% do total de feijão do País. Ante o ano anterior, houve aumentos de 2,4% na produção; de 5,8% no rendimento médio e redução de 3,2% na área colhida.
A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, declínio de 3,1% frente à estimativa de abril, havendo redução de 2,9% no rendimento médio e de 0,2% na área a ser colhida. Esta 2ª safra representa 42,8% do total de feijão do País. Quanto à variação anual, a estimativa de produção da 2ª safra de feijão indica declínio de 1,4% em relação a 2022.
Com relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção foi de 659,5 mil toneladas, aumento de 1,6% frente à estimativa de abril, com a área a ser colhida crescendo 1,3%, e o rendimento médio aumentando em 0,3%. Esta safra representa 21,3% do total de feijão produzido no País. Em Frente ao ano anterior, a estimativa da produção cresceu 1,7%, com a estimativa do rendimento médio crescendo 1,1% e a da área a ser colhida aumentando 0,6%.
MANDIOCA (raízes) – A produção brasileira deve alcançar 18,4 milhões de toneladas, declínio de 1,0% em relação ao mês anterior, e crescimento de 1,1% em relação a 2022.
MILHO (em grão) – A estimativa para a produção do milho apresentou um acréscimo de 2,5% em relação ao mês anterior, totalizando 122,8 milhões de toneladas, valor 11,5% maior que em 2022. Os aumentos de 2,2% no rendimento médio e de 0,2% na área colhida em relação a abril foram os responsáveis. Ante o ano anterior, houve altas de 11,5% na produção; de 8,2% no rendimento médio e de 3,1% na área colhida. A produção brasileira de milho em 2023 é recorde da série histórica do IBGE e a boa performance da cultura se deve ao aumento das áreas de plantio e, principalmente, a um regime de chuvas mais favorável em 2023.
O milho 1ª safra teve um leve recuo na produção, de 21,8 mil toneladas (-0,1%), ante abril de 2023, totalizando 27,9 milhões de toneladas. Frente a 2022, a produção brasileira do milho 1ª safra cresceu 9,7% em função do aumento do rendimento médio, de 9,3% (5 261kg/ha).
A estimativa do milho 2ª safra foi de 94,9 milhões de toneladas, crescimento de 3,2% em comparação a abril de 2023. O aumento de 3,0% no rendimento médio, de 5 563 para 5 728 kg/ha, verificado por conta do início da colheita em diversas Unidades da Federação foi o responsável pelo reajuste, havendo também um incremento de 41,0 mil hectares na área a ser colhida (0,2%). Em relação ao mesmo período no ano de 2022, a produção apresentou aumento de 12,0%; enquanto o rendimento médio teve crescimento de 7,8%, maiores que a expansão da área a ser colhida, que aumentou 3,9%.
SOJA (em grão) – A produção nacional deve alcançar 148,2 milhões de toneladas, um aumento de 24,0% em comparação à quantidade obtida no ano anterior, devendo representar quase metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no País no ano. A recuperação da produtividade das lavouras na maior parte do País, na comparação com a média alcançada em 2022, foi o principal fator responsável por esse aumento.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção do sorgo foi de 3,7 milhões de toneladas, aumentos de 5,9% em relação ao divulgado em abril, e de 30,3% ante 2022. O aumento da produção tem sido acompanhado por aumentos da área cultivada, em relação ao ano anterior, registrados, principalmente, em Minas Gerais (36,8%) e em Goiás (14,7%). O rendimento médio, também cresceu: 1,2% no mês e 11,8% no ano, sendo estimado em 3 090 kg/ha.
TOMATE – A produção deve alcançar 3,8 milhões de toneladas na safra de 2023, de acordo com as estimativas de maio. Esse montante é 4,5% menor que a estimativa do mês anterior, com redução de 1,8% em relação ao produzido em 2022.