Publicado em 23/05/2023 08h09

CITROS/CEPEA: Incidência de HLB atinge níveis alarmantes no cinturão

24,4% das árvores apresentaram HLB em 2022, segundo o Fundecitrus.
Por: HF Brasil

O percentual de plantas com sintomas de HLB (greening) no cinturão citrícola segue aumentando, apesar dos esforços do setor quanto ao controle do vetor (psilídeo) e da doença. Segundo dados do Fundecitrus, em média, 24,42% das plantas do cinturão citrícola industrial (São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro) registrou HLB, contra 17% em 2016.  Este foi o quinto ano consecutivo de avanço na incidência da doença.

A incidência segue maior nos pomares acima de 10 anos, nas propriedades menores e nos talhões de borda. Ainda assim, preocupam a grande quantidade de plantas abaixo de cinco anos com greening e o crescimento na incidência também nas propriedades de maior porte (acima de 200 mil plantas, onde houve forte avanço de 37,91% na taxa de árvores com sintomas de 2021 para 2022).

O cenário regional é ainda mais preocupante: enquanto há regiões com taxas baixíssimas (Triangulo Mineiro), outras estão em níveis considerados insustentáveis (Limeira, Brotas e Porto Ferreira).

Nota-se que o reflexo da doença na sustentabilidade econômica da citricultura é uma preocupação crescente e de longo prazo. O greening impacta na produtividade, na longevidade dos pomares, na qualidade das laranjas e, por fim, na viabilidade econômica da cultura.

AUMENTO DO HLB

Vários são os motivos que resultaram no aumento da incidência em 2022, segundo o Fundecitrus:

- Baixa erradicação: A manutenção das plantas com HLB (greening) nos pomares amplifica a disseminação da doença. Muitos produtores estão abandonando ou diminuindo a erradicação das plantas, apesar da recomendação ser favorável a eliminação.

- Controle inadequado: vários manejos foram realizados muito aquém das recomendações, tais como: não eliminação das plantas sintomáticas, baixo número de pulverizações e/ou estas realizadas de forma inadequada para o controle do psilídeo (sem boa cobertura do topo das árvores) e uso repetitivo de piretróides sem a rotação adequada de outros modos de ação (o que causou resistência do vetor a esse grupo químico em alguns locais);

- Outros: Maior densidade dos pomares e grande número de pequenas e médias propriedades com calendários de pulverização insuficientes e não sincronizados regionalmente. O clima também influenciou o crescimento da população de psilídeo e a disseminação da doença nos últimos anos.

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