Publicado em 17/04/2023 11h07

Por que o preço do milho está DERRETENDO?

Brasil não pode "confiar demais" nos acordos com chineses: ENTENDA.
Por: Leonardo Gottems

O analista sênior da Consultoria TF Agroecnômica, Luiz Pacheco afirma que os preços do milho no Brasil estão derretendo porque houve um aumento da produção “sem planejamento”. “O Brasil não está sabendo vender seu milho no mercado internacional”, afirma o especialista. 

“Simplesmente aumentou significativamente a sua produção em mais de 11,7 milhões de toneladas, sem um planejamento adequado de armazenagem, escoamento e comercialização. Aumentamos a produção e ficamos esperando que o mundo venha comprar. Não é assim”, aponta Pacheco. 

De acordo com o analista de mercado, o Brasil “confiou demais nos chineses, que são famosos por só cumprir contratos de acordo com sua conveniência – que pode mudar repentinamente”. Segundo ele, foi isso o que aconteceu com o contrato para fornecimento de 10 milhões de toneladas (MT) celebrado entre Brasil e China em maio passado, com o país asiático deixando o Brasil de lado depois de comprar apenas 2 MT e adquirindo outras 3,5 MT nos Estados Unidos, nos meses de março e abril deste ano. 

Como resultado, explica o diretor da TF, sobra milho no mercado interno, comprimindo demais os preços internos, que já recuaram 16,17% na B3, passando de R$ 88,03 para os atuais R$ 73,80/saca. E sem piso. Os compradores de Santa Catarina, como mostramos abaixo, já nem estão mais apresentando valores, porque realmente não sabem a quanto pode cair mais o preço do milho no Brasil. 

Mas, quem deveria fazer este planejamento? “Todos. A começar pelos agricultores, que estão sentindo no bolso o maior prejuízo. As associações de Produtores, de Cooperativas e as Secretarias de Agricultura e o Ministério da Agricultura, que são pagos para isto. Mas, o que falta realmente é o Brasil (governo e produtores) fazer marketing do milho brasileiro no exterior, como fazem os americanos, com pressão de vendas sobre os Adidos Agrícolas. Simples assim”, conclui.

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