Publicado em 13/04/2023 10h10

Produção e venda de químicos recuam

Os produtos químicos anulam todo o esforço exportador de produtos mais básicos do Brasil.
Por: Leonardo Gottems

Dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) indicaram que os principais índices dos produtos químicos de uso industrial encerraram o 1º bimestre de 2023 com resultados negativos, na comparação com igual período do ano anterior. Nesse cenário, a “produção e vendas internas recuaram, respectivamente, 12,44% e  5,32%, enquanto a demanda interna, medida pelo consumo aparente nacional (CAN), manteve-se praticamente constante, com ligeira queda de 0,3%”.

“Como a produção caiu de forma acentuada e a demanda se manteve, as importações cresceram expressivamente, com alta de 13,2%, sobretudo pelo aumento do volume de compras de intermediários para fertilizantes, petroquímicos básicos e resinas termoplásticas. Já a utilização da capacidade instalada apresentou índice de apenas 67% na média dos dois primeiros meses deste ano, com recuo de sete pontos percentuais em relação a igual período do ano anterior”, comenta.

Segundo a entidade, em razão do recuo das cotações, atribuído a um menor dinamismo da demanda internacional e maior oferta de produtos no mercado, houve deflação de 1,88% nos preços dos produtos químicos medido pelo IGP Abiquim-FIPE no acumulado dos dois primeiros meses do ano. “Vale lembrar a característica da indústria química brasileira de ser tomadora de preços no mercado internacional e não formadora, a exemplo do que ocorre com suas matérias-primas principais, a nafta petroquímica e o gás natural”, completa.

“Além da elevada penetração de importados no mercado, deve-se registrar o crescimento emblemático do déficit de químicos que, nos últimos doze meses encerrados em fevereiro de 2023 alcançou US$ 62,3 bilhões, valor exatamente igual ao do total do superávit da balança comercial brasileira. Ou seja, os produtos químicos anulam todo o esforço exportador de produtos mais básicos do Brasil. O índice de preços teve deflação de 22,6% entre março de 2022 e fevereiro de 2023”, conclui.

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