A situação atual da Argentina e dos Estados Unidos abre então a oportunidade para o Brasil absorver a escassez mundial e monopolizar o mercado de farelo de soja, o que poderia fazer com que o preço da oleaginosa subisse no Brasil, segundo a TF Agroeconômica. No entanto, a situação ainda não pode ser considerada como escassez.
“No entanto, eles podem ainda não ter considerado totalmente a perda de fornecimento da Argentina. Se assim for, os preços podem reagir para cima à medida que o USDA e outras fontes internacionais reajustam a previsão para o processamento da soja argentina e, com isso, o nível final das exportações”, comenta.
Se a produção brasileira recorde levar a uma moagem ainda maior do que o estimado, o país absorveria a escassez decorrente da estiagem na Argentina e os preços poderiam ter uma trajetória menos volátil. “Em todo o caso, são muitos os fatores que condicionam a evolução futura dos preços, entre os quais a política monetária norte-americana tem vindo a desempenhar um papel transcendental”, indica.
“Analisando a evolução dos preços do farelo de soja em Chicago, mercado internacional de Referência, estes apresentam volatilidade acentuada nos últimos meses e, em 28/03, estão em torno de US$ 446/t. Embora os preços continuem acima das médias históricas, as últimas quedas posicionam os preços em seus equivalentes no início de dezembro de 2022”, completa a consultoria, citando Agustina Peña, Emilce Terré e Julio Calzada, da Bolsa de Cereais de Rosário.
“O farelo tem se tornado um fator relevante no mercado de soja, tanto pelo aumento da sua produção com a passagem do B10 para B12, como com a queda de safra de soja na Argentina, que abriu caminho para vendas maiores de exportação do farelo brasileiro”, conclui.