Coroando sua vigésima edição, foi realizada na manhã desta segunda-feira, 27 de março, a solenidade oficial de abertura da Tecnoshow Comigo – uma das principais feiras de tecnologia rural do País e a maior do Centro-Oeste. O evento realizado no Centro Tecnológico COMIGO, em Rio Verde, recebeu autoridades nacionais e internacionais, produtores rurais, presidentes de sindicatos rurais e entidades representativas do agro goiano, que ressaltaram em uníssono a importância da iniciativa da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (COMIGO) em criar um espaço de difusão de tecnologias, comercialização e transferência de conhecimento para produtores da região e de todo o País.
O presidente do Conselho de Administração da COMIGO, Antonio Chavaglia saudou os participantes destacando o papel primordial da Tecnoshow em transformar a realidade de Rio Verde, região Sudoeste e do Estado de Goiás, levando pesquisa científica, tecnológica e de inovação em máquinas, insumos, implementos, genética animal e boas práticas ao campo, fazendo com que a produção agropecuária alcançasse novos e cada vez maiores patamares de produção e produtividade ao longo do tempo. “Trabalhar 20 anos em uma estrutura que começou do zero, com pensamentos positivos, ideias, para chegar nos dias de hoje com evolução da produção de 30 milhões de toneladas para 300 milhões de toneladas. As tecnologias fizeram isso. O produtor acreditou, investiu e vai continuar investindo em conhecimento. Sem conhecimento daquilo que faz ninguém consegue ter sucesso. E é isso que a COMIGO prega junto de sua equipe de agrônomos, veterinários, pesquisadores para avançarmos cada dia mais nas pesquisas que saem daqui”, salientou.
Chavaglia reforçou que o crescimento da feira está alinhado ao setor que demanda tecnologias para os produtores, sejam eles pequenos, médios ou grandes e que a Tecnoshow Comigo deve crescer nos próximos anos, uma vez que o setor é dinâmico e precisa de investimento constante e novas soluções. “Podemos avançar muito mais nos próximos quatro a cinco anos, o que avançou em 20 anos, mas isso demanda investimento. Precisa de pesquisas tanto na área de clima, quanto de solo e também de novas cultivares mais resistentes a algumas intempéries e alguns fungos. Já avançamos, mas precisa avançar para o produtor. Os custos não param de subir e nunca param. É preciso reverter isso para ter equilíbrio necessário para o produtor poder continuar a investir cada dia mais na terra, que é o principal ativo dele. E depois em máquinas, equipamentos e novas tecnologias”, acrescentou.
O governador Ronaldo Caiado, que transferiu a capital do Estado de Goiás para Rio Verde em deferência ao papel exercido pela COMIGO e pela Tecnoshow para a evolução do setor agropecuário goiano, enfatizou a importância do cooperativismo e de iniciativas como a feira para a difusão de conhecimento e, consequentemente, aprimoramento da prática produtiva rural. “Dizer da emoção que nos toma na manhã de hoje ao assistirmos Goiás sendo referência nacional na ação de cooperativismo e a mobilização que foi feita, sem dúvida alguma tem a competência e a capacidade de Antonio Chavaglia em mostrar que o cooperativismo é o melhor caminho para que a gente possa superar as dificuldades para implantar tecnologias, trazer a renda para o campo e ao mesmo tempo também a qualificação dos nossos produtores rurais”, frisou.
Representando a Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), o presidente da OCB Goiás, Luís Alberto Pereira, disse, ainda, que a COMIGO e a Tecnoshow hoje são referências para as cooperativas de todo o Brasil e que a feira tem sua grandeza difundida inclusive para outros países. “Ao completar 20 anos de imenso sucesso, a Tecnoshow Comigo traduz a grandeza do agronegócio, que não para de crescer e mantém o Brasil de pé. A Tecnoshow está aliada a uma das principais diretrizes do cooperativismo brasileiro: a inovação, que é um dos maiores desafios do Brasil. O País precisa, como um todo, seguir o exemplo do agronegócio brasileiro, ou seja, investir, decisivamente em pesquisa e desenvolvimento para alcançar o patamar de competitividade de grandes nações. Hoje, na Tecnoshow Comigo estão concentradas as mais adiantadas soluções de tecnologia no setor primário e de transformação, o que significa mais produtividade, riqueza e elevação dos indicadores sociais. São tecnologias que são parte de soluções sustentáveis para a produção agropecuária em nosso País”, considerou.
Presidente do Sistema Faeg/Senar/Ifag, vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae Goiás, José Mário Schreiner ilustrou que a figura do presidente do Conselho de Administração da COMIGO, Antonio Chavaglia, e a Cooperativa de modo geral devem ser reconhecidas como modelo para o País. “Antonio Chavaglia é um ícone do agronegócio brasileiro e orgulho para todos nós do setor rural”, exclamou.
Já o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, ressaltou o papel do cooperativismo no setor. “As cooperativas hoje representam 20% da economia mundial e é essa força que o cooperativismo traz e torna a nossa COMIGO a quinta maior cooperativa do Brasil.” O prefeito parabenizou a COMIGO pelo vigésimo ano de realização da feira de tecnologia e inovação que, segundo ele, transformou a cidade.
Ainda durante a abertura da Tecnoshow Comigo, em Rio Verde, os discursos das autoridades presentes se voltaram para a sinergia existente entre o desenvolvimento do campo, respeitando as boas práticas conservacionistas, com desdobramentos ao desenvolvimento social. Antonio Chavaglia, da COMIGO, reiterou a geração de empregos tanto na feira, quanto na implantação das tecnologias por ela difundidas, qualificando produtores e empregados rurais, movimentando o setor e dando oportunidades com geração de novos empregos e renda às famílias ligadas ao agro.
“É um conjunto de fatores que dá vigor ao produtor, à região, à geração de emprego e de vida social melhor. Sem geração de emprego e sem renda não existe capacidade de investimento em nenhum lugar e em qualquer cidade desse país, em qualquer estado. As empresas estão aí firmes e fortes mostrando tudo o que há de evolução e capacitação também. É esse o nosso trabalho, é esse o nosso desejo, que essa feira seja referência para todos nós produtores, pecuaristas e a sociedade como um todo”, complementou Chavaglia.
Vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan falou durante a abertura em nome dos expositores. Ele destacou que é um momento de comemoração e orgulho porque são anos de difusão da tecnologia de altíssimo nível. “Se não fosse o agro, nossa balança comercial seria deficitária.” Ele ainda ressaltou que é importante ter a COMIGO cada vez mais pujante para levar prosperidade para Goiás. Na ocasião, Marchesan fez a entrega de um quadro em homenagem ao presidente Antonio Chavaglia.
Além do governador Ronaldo Caiado, representando o Executivo estadual, também estiveram presentes na solenidade de abertura da Tecnoshow Comigo, autoridades dos poderes Legislativo e Judiciário goiano, que transferiram também a sede dos respectivos poderes para Rio Verde, durante a semana de realização da feira. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto, ressaltou o trabalho conjunto ao Governo de Goiás para destravar amarras que ainda travam o setor. “Hoje, boa parte das licenças ambientais em Goiás são emitidas em 48 horas e, em breve, não apenas para o pequeno e médio produtor, mas todos os produtores do Estado terão a agilidade de ter a licença em, no máximo, 48 horas. São ações assim que vão contribuir de maneira significativa”, exemplificou.
A juíza da Comarca de Rio Verde, Lília Maria de Sousa, que na solenidade representou o desembargador Carlos Alberto França, presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, disse que a feira revela a força da região, fruto de pessoas comprometidas com a tecnologia e desenvolvimento. “A Tecnoshow Comigo coloca a cidade em evidência no cenário nacional.” Ela ainda reafirmou o compromisso do judiciário goiano com o Estado.
Também estiveram presentes autoridades do Legislativo Nacional. O senador Wilder Morais parabenizou a organização da feira e o presidente Antonio Chavaglia, que fundou e fez da Tecnoshow Comigo uma referência. Ele enfatizou que, enquanto parlamentar, sabe das grandes dificuldades enfrentadas pelo produtor rural e fez questão de dizer que vai defender as ações de desenvolvimento para Goiás. A deputada federal, Marussa Boldrin, vice-presidente do Centro-Oeste da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e que falou em nome da bancada goiana na Câmara Federal, destacou que os deputados de Goiás têm discutido projetos e promovido diálogo sobre a importância do setor agropecuário e de como o agro brasileiro zela pelo meio ambiente.
Da parte do Legislativo Estadual, além do presidente da Alego, Bruno Peixoto, também fizeram uso da palavra os deputados estaduais Karlos Cabral e Lucas do Vale. Karlos Cabral, que é presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Alego, citou que a feira é um momento de debate, de posicionamento político da classe do setor produtivo agropecuário e que a Tecnoshow é, hoje, um marco de referência na luta pelo agro e pelo campo brasileiro. Já Lucas do Vale, que é presidente da Frente Parlamentar da Agricultura e da Pecuária da Alego, frisou que a Tecnoshow traz debates de pautas importantes para o agronegócio e que a Assembleia criou a frente para ter um contato ainda mais próximo com produtores.
Vice-governador do Estado, Daniel Vilela, que também é da região Sudoeste, acrescentou que o Governo de Goiás é parceiro dos produtores rurais e que essa feira é a grande representação dessa transformação que pauta investimentos no campo. “Estamos aqui graças aos produtores, às cooperativas, especialmente à COMIGO, ao arrojo de todos os produtores entidades de pesquisa, de amparo e de suporte ao agronegócio brasileiro”, finalizou.
Além das homenagens à COMIGO pela vigésima edição da Tecnoshow Comigo e da defesa dos interesses do produtor rural, bem como do destaque à tecnologia presente na feira, a solenidade de abertura também pautou discussões sobre gargalos que o setor enfrenta é que necessita de atenção por parte das autoridades. Entre as questões levantadas apareceram a Reforma Tributária, atualmente em discussão no Congresso Nacional; as expectativas para o Plano Safra e o acesso ao crédito, cujas diretrizes ainda não foram anunciadas pelo Governo Federal; e, ainda, questões referentes à infraestrutura para produção, armazenamento e escoamento da safra goiana.
Presidente da Aprosoja, Joel Ragagnin alertou durante a abertura que a Tecnoshow é um reflexo, que representa a cadeia que move o agronegócio, como um todo, mas que o produtor aparece como ator principal e que o foco das atenções deve ser direcionado a ele. “Porque toda nossa cadeia se move pela base e não pelo topo. Nós sempre estamos preocupados com o que são nossas oportunidades e nossas dificuldades. Mas ultimamente nós temos encontrado mais dificuldades do que oportunidades. E estamos aqui na feira da Tecnoshow para enxergar quais são as oportunidades que vamos ter: de crédito, de tecnologia, de como seremos tratados pelo setor público. Temos dificuldade de crédito, na aquisição de novas tecnologias que possam manter o crescimento econômico do campo e precisamos do apoio da sociedade. A sociedade precisa entender a importância da produção de alimentos e da economia que é impulsionada pelo campo”, salientou.
Presidente-executivo da Adial Goiás, Edwal Tchequinho chamou a atenção para as discussões da Reforma Tributária em andamento. “Afeta muito os produtores rurais. Como está, ela ataca frontalmente o produtor brasileiro. Vai trazer uma carga tributária de mais de 20% para os produtores rurais e ainda pegando aqueles com baixa tecnologia ou com alta tecnologia e sistemas regenerativos e sustentáveis de frente. Ou seja, quem mais investe vai pagar mais caro. Da mesma forma, desestimula, também, a produção agroindustrial. Essa reforma não vem, simplesmente, simplificar os impostos. Simplifica e aumenta a carga. Ela está muito insegura, porque deixa-se tudo para as leis complementares”, enfatizou
O presidente do Conselho de Administração da COMIGO, Antonio Chavaglia, acrescentou que o produtor e o pecuarista, nesses 20 anos, passaram por muitos planos, muitas adversidades. “Muitos ficaram pelo caminho e outros continuaram sobrevivendo, aperfeiçoando os seus conhecimentos e no controle financeiro. Sem controle financeiro, nenhuma atividade avança, seja ela qual for que nós exercemos. E para isso precisamos ter equilíbrio necessário, planejamento e estratégia. Tem horas que é difícil fazer isso e cada ano é ano diferente. Esse ano está diferente. O Brasil ainda não caminhou para uma estratégia econômica para o País, não saiu o Plano Safra ainda. Podem inibir os investimentos e os juros muito altos. Tudo isso é fator para inibir os investimentos e os avanços em tecnologias. Precisamos ter cautela e investir naquilo que é necessário que vai puxar o seu resultado de uma maneira que possa compensar esses novos investimentos”, finalizou.
Após a solenidade de abertura, as autoridades presentes passaram para a instalação oficial da sede da capital do Estado em Rio Verde. A Tecnoshow Comigo continua até a próxima sexta-feira, 31 de março, com extensa programação de palestras, atividades, demonstrações de experimentos, bem como apresentação do portfólio de 650 expositores presentes na feira.
Sobre a Tecnoshow Comigo
Com a proposta de auxiliar o produtor rural, a COMIGO iniciou, em 2002, o trabalho de geração e difusão de tecnologias agropecuárias, em Rio Verde, numa área que hoje ultrapassa 170 hectares (área total do CTC). Neste local, a cooperativa promove experiências tecnológicas o ano todo, em parceria com diversas instituições de pesquisa, de ensino e outras empresas, e realiza a Tecnoshow. A diversidade é uma marca registrada do evento. São máquinas e equipamentos agropecuários, plots agrícolas, animais das mais variadas espécies, palestras técnicas e econômicas, ações socioambientais e dinâmicas de pecuária, entre outros produtos e serviços. Trata-se de uma extensa vitrine de tecnologias para o homem do campo, seja pequeno, médio ou grande produtor.