Desde o início da Pandemia de Covid-19, em 2020, a pecuária brasileira convive com duas realidades distintas: de um lado, o consumo achatado de carne bovina causado pela perda de poder aquisitivo do brasileiro e, do outro, as exportações batendo recordes consecutivos, chegando a crescer 42% em receita, com o faturamento de US$ 13 bilhões em 2022.
Apesar do apetite moderado dos chineses no primeiro semestre do ano passado, a China responde sozinha por 53% dos embarques totais de carne bovina brasileira, uma curva que deve permanecer ascendente em 2023 e, ainda, com a confirmação da abertura de exportações à Indonésia. No mercado interno, a expectativa é que as ações do novo Governo comecem a surtir efeito no controle da inflação.
“Com a inflação mais controlada, a gente pode ter um cenário interessante no consumo doméstico. Isso faz o consumidor olhar mais para os alimentos de maior valor agregado, como é o caso da carne bovina”, prevê Thiago Bernardino de Carvalho, professor da Unesp/Botucatu-SP e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).
O pesquisador do Cepea é um dos especialistas convidados da MFG Agropecuária, que encerrou 2022 com 270 mil cabeças confinadas, para um circuito de eventos que o grupo realizará no mês de março, em Goiás, nas cidades de Goiânia, dia 08/03 (quarta-feira); Quirinópolis, em 10/03 (sexta-feira); Jataí, dia 13/03 (segunda-feira); e na quarta-feira, 15/03, em Mineiros. O objetivo é mostrar para onde a atividade pecuária caminhará, bem como as oportunidades existentes aos pecuaristas interessados em intensificar a produção e ampliar as margens de lucro do negócio.
Thiago Bernadino acredita que 2023 será o ano do uso de tecnologia na pecuária brasileira. “Não tiro razão de quem tirou o pé do acelerador, mas oportunidades surgirão para aqueles que continuarem investindo em tecnologia, na melhoria do rebanho e da produção”, explica, esclarecendo que o aumento de produtividade será responsável por garantir melhor margem de lucro ao produtor em 2023, não os preços em si.
Entretanto, as cotações também sinalizam recuperação. “No mercado Futuro, vemos a arroba acima dos R$ 300,00, já considerando a premiação por qualidade de carne, claro. É um cenário interessante, mas poucos vão aproveitar, pois muitos pecuaristas inseguros desistirão de confinar”, observa o pesquisador. Esta é uma excelente oportunidade não apenas para o confinador como também para o pecuarista inserido na criação extensiva.
Mesmo quem produz 100% a pasto pode aumentar a eficiência produtiva do rebanho sem, necessariamente, construir grandes estruturas de confinamento. Para acelerar a terminação dos animais, encurtar o ciclo e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de carcaça, permitindo receber bonificações dos frigoríficos, existem as parcerias de engorda. Esse será o tema de Vanderlei Finger, gerente geral de Compra de Gado da MFG, no circuito goiano.
Finger destaca dois modelos de parcerias: em um, os criadores de gado contratam o serviço por 110 dias, a um custo fixo diário. No outro, podem pagar por arrobas produzidas, calculadas a partir do peso de entrada e saída de cada bovino no confinamento. Entre outras vantagens, é possível aliviar a pressão de pastejo em períodos críticos do ano ou aumentar o volume do rebanho. “Nós propomos ser uma extensão da fazenda dos nossos parceiros”, resume o gerente.
Ao terceirizar o serviço, os pecuaristas ficam imunes às oscilações de preço constantes da dieta e garantem um alimento de excelente qualidade para engorda dos animais. Para falar um pouco sobre os índices zootécnicos e da tendência apresentada pelo especialista do CEPEA, André Campanini, gerente técnico da MFG fará a palestra “Inovação e Tecnologia: Impacto nos resultados produtivos”. Vagner Lopes, gerente corporativo de Confinamento Sênior da MFG fará abertura das discussões apresentando os diferenciais do grupo.
Fechando o tripé mais famoso da pecuária – sanidade, nutrição e genética -, a zootecnista e especialista de Marketing da Agropecuária Jacarezinho, Priscila Sales, vai mostrar como o uso de touros avaliados em programas de melhoramento genético contribui para aumentar a eficiência produtiva e reduzir a idade de abate dos animais. A propriedade é reconhecida pelo Ministério da Agricultura com o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). Com oito unidades espalhadas por cinco estados, a MFG Agropecuária projeta encerrar o ano com 350 mil cabeças confinadas.
Ø Para confirmação de presença, basta preencher o formulário contido no link https://forms.gle/FxuY4PAXUKU6Tjux8