Todo mundo sabe que aumentar a produção é sinônimo de mais dinheiro no bolso e para isso é preciso expandir as atividades agropecuárias, levando em conta equipamentos, capacidade produtiva, mão de obra e não se esquecer, claro, da terra. É aí que muito produtor esbarra na primeira dificuldade, a compra e arrendamento de áreas, seja pelo lado de quem procura ou de quem as tem. Pensando em ir além das soluções e equipamentos que o Grupo Piccin já oferece à classe produtora, surgiu a ideia de lançar uma startup que suprisse esse gargalo, a Easyland.
A empresa oferece uma plataforma composta por um banco de dados completo e atualizado, em que os produtores têm acesso a informações precisas e detalhadas sobre as características agronômicas de todas as fazendas disponíveis para arrendamento, incluindo a topografia, tipo de solo, clima, pluviosidade e histórico da fazenda. “Em um processo de investigação e validação de um projeto, percebemos que só existiam no mercado sites de anúncios de terras, a partir daí buscamos uma tecnologia para a construção de uma plataforma que pudesse resolver todo o processo do arrendamento, desde o anúncio e a procura até a elaboração de contrato e monitoramento através de alta tecnologia”, explica o CEO do Grupo, Camilo Ramos.
O Grupo Piccin deve faturar R$ 240 milhões este ano, crescimento de 19% em relação a 2022. Até a primeira fase de desenvolvimento e construção da primeira versão da plataforma da Easyland, foram investidos pelo Grupo R$ 600 mil e a expectativa é de faturar R$ 41 milhões nos próximos cinco anos, transacionando aproximadamente 275 mil hectares de arrendamento.
De acordo com Ramos, no primeiro ano a startup deve alcançar um total de 3.300 hectares em contratos de arrendamento, com um faturamento de R$ 800 mil. Mas os planos são audaciosos. “Pensando lá na frente, projetamos atingir R$ 50 milhões anuais até 2030, além de ter concretizado o arrendamento de um milhão de hectares e gerando mais de cinco bilhões em negócios para seus clientes”, enfatiza o executivo.
O MapBiomas, uma rede colaborativa formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, divulgou recentemente em relatório em que a área total de pastagem no País é de 159 milhões de hectares. No entanto, 66 milhões destes estão em estado de degradação intermediária e 35 milhões em situação de degradação severa, o que significa que 63,5% está com sinais de degradação.
“Temos aí então outro desafio. A Easyland pretende atuar na transição de áreas de pastagem improdutivas para lavoura, tendo como meta transformar 1% dessa área degradada em plantações até 2030. Isso sem a necessidade de desmatamento e contribuindo diretamente com o agronegócio brasileiro”, pontua Ramos.
Benefícios para o arrendatário
Através da ferramenta disponibilizada pela startup, o produtor não precisa mais depender apenas da sua rede de contatos próximos para encontrar uma fazenda adequada para expandir os negócios. E nem sofrer com a falta de informações precisas sobre as características agronômicas das áreas interessadas.
Com informações claras e precisas sobre as propriedades disponíveis cadastradas na plataforma, ele pode avaliar corretamente o investimento na área e se planejar de forma mais eficiente. “Além disso, ele pode ter certeza de que a fazenda escolhida é segura e regularizada, sem riscos de ações judiciais, nem se preocupar com a falta de informações claras sobre a regularização ambiental. Lá tem tudo que ele precisa saber e assim pode se concentrar em sua produção agropecuária”, explica o CEO.
Por meio do sistema Easyland, o proprietário da fazenda terá acesso a informações detalhadas e confiáveis sobre o arrendatário interessado, incluindo sua capacidade financeira e de execução da lavoura, tornando a negociação de contratos de arrendamento mais segura e eficiente. “Também temos uma equipe jurídica, evitando conflitos e prejuízos. E com a tecnologia de monitoramento, o proprietário pode ter uma visão completa do uso de sua fazenda por meio de relatórios, sem precisar estar presente fisicamente na propriedade”, finaliza Ramos.