A semana que passou foi marcada por muitas oscilações nas cotações de Chicago. Além disso, continuam as especulações sobre a quebra de safra na Argentina e o atraso da colheita brasileira. Também houve a divulgação dos primeiros números previstos para a safra norte-americana. Diante disso, o contrato com vencimento em março/23 encerrou a semana sendo cotado a U$15,29 o bushel (+0,13%) e o com vencimento em maio/23, a U$15,19 o bushel (-0,13%).
O fórum do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra 2023/24 não deve ter incremento de área, mas deverá aumentar a produtividade, podendo ter uma colheita com números recordes, totalizando 122,74 milhões de toneladas. Mesmo sem atender à expectativa de aumento da área plantada, o mercado interpretou os dados como favoráveis para o aumento da oferta mundial, tendo em vista as ótimas expectativas de produção, pressionando Chicago para baixo.
Novamente, o país vizinho, Argentina, registrou uma piora considerável nas condições das suas lavouras. De acordo com o relatório da Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), houve um aumento para 60% nas condições regulares/ruins, junto a um aumento para 37% nas condições normais, e uma redução para 3% nas excelentes/boas em relação à semana anterior.
Esse cenário se intensificou com as pioras nas condições de lavoura, principalmente devido às geadas que recentemente ocorreram nas baixadas das principais regiões produtoras. As condições climáticas na Argentina vão confirmando a quebra de safra já esperada pelo mercado, fazendo com que o país tenha uma expectativa de redução de aproximadamente 10 milhões de toneladas no volume de produção em relação à safra passada. Além disso, de acordo com o relatório da BCBA, a expectativa de produção é de 33,5 milhões de toneladas, perante as 43,9 milhões de toneladas da safra passada.
A colheita no Brasil continua atrasada em comparação ao ano anterior. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), é o segundo maior atraso dos últimos 5 anos. As regiões que possuem atraso mais significativos, em relação à safra anterior, são Mato Grosso do Sul (27%), Tocantins (20%) e Goiás (13%).
O dólar teve uma semana mais curta, por conta dos feriados de Carnaval, finalizando a sexta-feira sendo cotado a R$5,16 (+0,78%). O cenário externo foi o grande direcionador das cotações durante a semana, onde a redução dos pedidos de seguro-desemprego e aumento da taxa do PIB norte-americanos apresentaram um certo otimismo ao mercado. Isso reafirma a tendência de queda no ritmo de aumentos na taxa de juros nos EUA.
Mesmo com a alta do dólar, a pressão de oferta com a chegada da soja brasileira, somada à alta dos preços de fretes, provocou uma semana de leve desvalorização das cotações brasileiras.
De acordo com a Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA), as previsões climáticas continuam indicando altos níveis de precipitação nas regiões produtoras, com ênfase nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. Caso as precipitações sejam confirmadas para a próxima semana, um atraso ainda maior na colheita da safra de soja pode ser ocasionado.
Os principais portos de escoamento do grão já apresentam esgotamento das cotas de embarque para março, justamente pelo grande volume negociado para entrega dentro do mês. Caso não haja uma aceleração nas exportações, podemos ver uma queda de demanda no curto prazo, pressionando as cotações para baixo.
O dólar poderá ter uma semana de muita oscilação, principalmente por conta dos discursos de vários dirigentes do Banco Central norte-americano. O mercado observará de perto as perspectivas de cada um deles em relação às próximas altas das taxas de juros nos EUA. Isso poderá continuar atraindo investidores para o país.
Apesar da alta do dólar, os fatores fundamentalistas de oferta de soja deverão prevalecer, podendo ter uma continuidade na queda dos preços do mercado físico brasileiro em relação à semana anterior.
A semana passada foi marcada pela divulgação dos primeiros números sobre as previsões da safra norte-americana e a continuidade do atraso no plantio da segunda safra brasileira. Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a U$6,50 o bushel (-4,13%) para o contrato com vencimento em março/23.
O fórum do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que safra 2023/24 poderá ter um aumento de área, atingindo 383,18 milhões de toneladas (a segunda maior da história). Os custos de insumos em queda favoreceram esse avanço. Quanto às exportações, o USDA também projeta um aumento diante das incertezas envolvendo a Ucrânia.
No Brasil, o atraso na colheita da soja continua impactando o plantio do milho safrinha e começa a preocupar o mercado. Caso esse prazo continue se estendendo, chegando ao fim da janela ideal de plantio, a cultura poderá sofrer com o maior período de desenvolvimento em condições climáticas desfavoráveis.
Dessa forma, a produtividade da cultura poderá ser afetada de forma negativa, afinal, uma quebra de safra do milho é muito preocupante perante ao cenário projetado de um volume recorde de exportações. Mesmo com o aumento de área de plantio nos Estados Unidos, uma quebra na safrinha brasileira deixaria o balanço mundial de milho apertado, afetando a oferta global.
Apesar do mercado estar, nesse momento, totalmente voltado para comercialização de soja, as exportações de milho ainda continuam aquecidas. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o último dia 20, o Brasil exportou 1,6 milhão de toneladas contra 768 mil toneladas do mês de fevereiro de 2022.
A demanda continuará aquecida, principalmente com a presença da China entre os principais compradores. Pelo lado da oferta, a queda de produção no Rio Grande do Sul, a quebra na Argentina e as incertezas quanto ao escoamento do cereal da Ucrânia na Europa, serão fatores que continuarão pressionando as cotações do mercado brasileiro para cima.
No médio a longo prazo, o mercado começa a olhar para o clima europeu, por conta de fatores como as temperaturas mais amenas durante o inverno e menores volumes de neve, indicando que a Europa pode estar se encaminhando para uma forte seca.
Os principais países que fornecem milho para a demanda interna da União Europeia (UE) são França, Itália, Espanha e Alemanha. Sendo assim, uma forte seca nesses países ocasionaria uma potencial baixa de produção e, consequentemente, a necessidade de importação do grão de outros países.
Nesse sentido, a demanda voltaria para o maior produtor de milho no continente europeu, a Ucrânia, que ainda se encontra em guerra e com uma baixa expectativa de produção. Diante disso, se confirmado o cenário de baixa produção na Europa, a demanda europeia se voltaria para o Brasil e Estados Unidos.
Sendo assim, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de desvalorização em relação à semana anterior.
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