Publicado em 15/02/2023 16h31

Déficit em produtos químicos tem novo recorde

"O Brasil possui uma janela importante de oportunidades para se reindustrializar com suas vantagens comparativas".
Por: Leonardo Gottems

O déficit da balança comercial de produtos químicos registrou novo recorde, de US$ 63,4 bi, nos últimos 12 meses, de acordo com informações divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). “As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 5,4 bilhões em janeiro de 2023, o que representa um aumento de 7,7% em relação ao total de janeiro de 2022, mas uma redução de 2,2% na comparação com o último mês (dezembro) do ano passado”, comenta.

“Já as exportações, de US$ 1,2 bilhão, demonstraram estabilidade (-0,3%) quando comparadas com janeiro de 2022 e um modesto avanço (3,9%) em relação a dezembro. No primeiro mês de 2023, o volume de pouco mais do que 1,2 milhão de toneladas sinaliza um aumento de 4% em relação a janeiro de 2022 e de 9,9% na comparação com dezembro passado, mas significativos recuos nas quantidades físicas vendidas ao exterior de produtos químicos de orgânicos (-14,3%) e de resinas termoplásticas (-14,2%)”, completa.

O resultado da balança comercial para janeiro de 2023 foi de um déficit de praticamente US$ 4,2 bilhões, acumulando o valor de US$ 63,4 bilhões nos últimos doze meses (fevereiro de 2022 a janeiro de 2023), respectivamente novos recordes para tais períodos de acompanhamento conjuntural. ara a Diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna, 2023 deverá ser um ano decisivo para o setor, de formatação de uma Política de Estado, de longo prazo, de reindustrialização e de competitividade, alicerçada em ampla interlocução com os setores produtivos, avaliação dos impactos econômicos, respeitando as particularidades de cada setor.

“O Brasil possui uma janela importante de oportunidades para se reindustrializar com suas vantagens comparativas. Contudo, elas somente se tornarão vantagens competitivas caso haja previsibilidade regulatória e fortalecimento de uma agenda robusta de competitividade, conciliando políticas de estímulo industrial e de comércio exterior, de maneira equilibrada e condicionada às demais entregas de reformas estruturais da economia brasileira, incorporando medidas objetivas de facilitação de comércio, de garantias normativas ao sistema de defesa comercial e tratando do acesso a mercados para produtos brasileiros via negociação de acordos comerciais estratégicos. A indústria química tem muito a devolver ao Brasil em termos de investimentos, geração de empregos e de renda, que podem elevar o país a outro patamar de desenvolvimento”, destaca Fátima Giovanna.

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