Os sócios-proprietários da BEA Consultoria e Treinamento, empresa que é especializada em consultorias e treinamentos nas cadeias avícola, suinícola e de bovinos de corte e leite, deram um passo importante na atualização dos seus conhecimentos com a conquista da habilitação para auditorias de um selo internacional em bem-estar animal. Após mais de 40 dias de estudos e avaliações em Portugal e na Espanha, Adriano Pascoa e Victor Lima receberam, de forma inédita no país, a autorização para auditar empresas na certificação Welfair, que é concedida pelo Instituto de Pesquisa e Tecnologia Agroalimentar (IRTA).
Victor Lima obteve habilitações certificações nos cursos de Suínos de Terminação, Matrizes Suínas e Abate e Criação de Frango de Corte
O “tour do conhecimento” realizado pela dupla de consultores teve início em Portugal, no final do mês de setembro, com Adriano obtendo a habilitação no curso de auditor de bem-estar em bovinos de corte, da FarmIN, após participar de aulas e avaliações nas cidades de Tomar, Benavente, Santarém e região de Verín. Na Espanha, no vilarejo de Monells, localizado na província de Girona, Adriano participou da mesma dinâmica de estudos e provas ofertadas pelo IRTA, na qual conquistou a habilitação no curso de auditor de bem-estar em bovinos de leite, com práticas nos munícipios de La`Bisbal d’Empordà e Cruilles.
Em solo espanhol, também em Monells, Victor iniciou o seu ciclo de estudos na unidade do IRTA, no início de outubro, participando de uma série de aulas e provas. O consultor da BEA também pôde acompanhar auditorias em granjas e frigoríficos de suínos e aves nas cidades de Vic, Lérida e Palamós – essas duas últimas localizadas na região da Catalunha. O zootecnista obteve habilitações em três certificações: Suínos de Terminação, Matrizes Suínas e Abate e Criação de Frango de Corte.
Com as cinco certificações, a dupla se tornou a única no Brasil com autorização e anuência do IRTA para serem os responsáveis pelo selo Welfair no país. Além disso, eles ganharam o direito de capacitar auditores em treinamentos voltados para as temáticas deSuínos de Terminação, Matrizes Suína, Frango de Corte, Bovino Leiteiro e Bovino de Corte.
Considerando todo esse período na Europa como uma grande retomada dos estudos, Victor destaca que a praticidade dos conteúdos nas aulas teóricas, práticas e também nas auditorias o surpreendeu bastante. “Todas as avaliações seguiram protocolos muito práticos, não tem nada impossível de se aplicar, e são coisas que nós já praticamos aqui no Brasil, até por questões de exigências europeias. Foi legal ver que não estamos tão distantes das exigências dessa auditoria e que temos muitas coisas boas aqui para mostrar. A certificação nos deu essas oportunidades”, aponta Lima.
Já Adriano enfatiza que o conteúdo mais voltado para o animal é um dos grandes diferenciais da certificação Welfair. “O formato da capacitação mais voltada para os animais é o que diferencia a certificação Welfair das demais certificações. Quando pensamos em uma estrutura boa e funcional, se o animal não está bem por algum motivo, ele não vai aproveitar todo esse ambiente. Como o sistema de avaliação privilegia os animais e segue quatro princípios – boa alimentação, bom alojamento, boa saúde, comportamento apropriado – e 12 critérios ligados aos indicadores de bem-estar animal, independente do sistema de criação, os participantes podem saber onde estão errando”, explica Pascoa.
De volta aos trabalhos no Brasil, os dois zootecnistas já começaram a colocar em prática muitos dos ensinamentos adquiridos na Europa. Segundo Victor, boa parte dos conteúdos utilizados em seus treinamentos para clientes espalhados pelo país já receberam algumas atualizações.
“Um dos pontos que eu já apliquei neste retorno ao Brasil foram as atualizações nas avaliações práticas, incluindo novos indicadores para avaliar os animais. Já coloquei em prática algumas dessas atualizações, como a avaliação de insensibilização dos animais, que é muito utilizada na Europa. O nosso treinamento, formulado há 10 anos, sempre recebeu atualizações e agora está recebendo reformulações com novos indicadores de bem-estar animal e novas aplicações práticas”, conta o consultor.
Outro ponto que tem aumentado é a procura de empresas por informações sobre a certificação, como destaca Adriano. “Eu já sentia que muitas pessoas do mercado queriam uma coisa nova. Mesmo sabendo que nós não ofertamos a certificação, algumas empresas já entraram em contato conosco para saber mais sobre certificações. Organizações que não necessariamente fazem abate de animais, o que é um ponto muito interessante, também buscam a certificação de suas granjas, por exemplo, nos casos de bovinos, suínos e aves”, enfatiza Adriano.
Salientando que o momento é de vencer algumas fases burocráticas, os consultores revelam que a ideia é ofertar os treinamentos em toda a América Latina. “Já tivemos uma empresa que fez contato em busca de treinamentos para sua equipe de certificadores. A nossa movimentação tem sido no sentido de estimular que grandes empresas desejem obter o selo em seus produtos. Na Europa, foi realizado um trabalho de convencimento para que o mercado só colocasse a venda produtos certificados e, em contrapartida, é exigido dos fornecedores produtos com a certificação Welfair”, reforça Pascoa.
Victor explica que esse é um movimento natural, com o consumidor buscando produtos com produção atestada e seguindo parâmetros de bem-estar animal. “A nossa ideia é mostrar que esse selo é possível de ser obtido na nossa realidade e o mesmo é utilizado na Europa. Esse é um movimento a favor do que já está acontecendo, com o consumidor mais consciente e querendo saber mais sobre a origem dos produtos que ele adquire. Hoje, no Brasil, só temos um selo de bem-estar conhecido mundialmente e que está presente na embalagem de ovos e carne de frango. Os selos também trazem um valor agregado maior para essas empresas”, explica Lima.
No período em que estiveram na Europa, Adriano e Victor também se reuniram com representantes da Certificação Welfair para estreitar relações e sugerir a BEA como a representante do selo na oferta de treinamentos no Brasil. Adriano conta que a recepção foi muito positiva e rendeu uma parceria para 2023.
“Nessa reunião, nós sugerimos e eles gostaram da ideia de fazermos o lançamento do selo oficial da Certificação Welfair na América Latina no próximo mês de maio, aqui no Brasil. Em contrapartida, eles enviariam um representante do IRTA para apresentar todo o processo de treinamento e habilitação dos cursos, inclusive, oferecer um treinamento de abate de bovino de corte, abate de suínos e galinhas poedeiras.”, encerra Pascoa.
Experiência de 13 anos no mercado, a BEA tem no manejo racional e bem-estar animal suas principais bandeiras de atuação. A companhia de Sacramento, em Minas Gerais, é especialista em treinamentos e consultorias para empresas das cadeias avícola, suinícola e de bovino, corte e leite.
Além das capacitações voltadas para empresas, a BEA promove aulas para cursos de pós-graduação, vaqueiros, técnicos, motoristas do toda América do Sul, e desenvolve pesquisa e projetos arquitetônicos para instalações em currais e confinamentos.
Mais informações: https://www.beaconsultoria.com/