Informações divulgadas pela consultoria DATAGRO indicam que a comercialização da safra 2021/22 da soja brasileira alcançou 91,4% da produção esperada até o dia 4 de novembro. “Com isso, segue muito abaixo dos 98,7% do fluxo recorde da safra 2019/20, dos 92,8% observados em igual momento do ano passado, e também da média de 93,7% dos últimos 5 anos”, diz, por meio de sua assessoria de imprensa.
Nesse cenário, houve incremento mensal de apenas 3,7 pontos percentuais, praticamente em linha com os 3,5 p.p. observados no mês anterior, mas acima dos 2,3 p.p. do padrão normal para o período. “Os preços médios internos tiveram leve queda em outubro, deixando os sojicultores na defensiva para realizarem grandes vendas, com negócios mais ligados à necessidade de fazer caixa para o plantio”, comenta Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.
“Os produtores aguardam preços ao menos um pouco melhores com a intensificação da entressafra para vender o restante da safra, o que acreditamos ser possível agora em novembro, pela melhora na margem de esmagamento das indústrias. Destacamos também o fato de que os preços atuais estão bem distantes dos preços recordes praticados em fevereiro/março deste ano, o que, pela combinação de Chicago, prêmios e câmbio, não devem ser observados tão cedo”, complementa França Junior.
Além disso, a análise da DATAGRO mostra que 19,1% da produção estimada da oleaginosa safra 2022/23 está comprometida comercialmente, avanço de 1,7 p.p. na comparação com o levantamento anterior. “Esse fluxo segue bem abaixo dos 28,2% em igual momento do ano passado, dos 53,4% do recorde de 2020 e dos 32,5% da média plurianual. As vendas chegaram a 38,2% na Bahia, 30,0% no Mato Grosso, 27,0% no Tocantins e 26,0% no Piauí”, conclui a consultoria.