Publicado em 09/11/2022 13h56

Plantio de soja alcança 57,5%; colheita de trigo, 43,2%

Segundo a Conab, a implantação da oleaginosa está atrasada na comparação com o ciclo passado.
Por: Estadão Conteúdo

O plantio da safra brasileira de soja 2022/23 atingiu 57,5% da área total estimada até o último sábado (05/11), avanço de quase 10 pontos porcentuais em uma semana, em comparação com os 47,6% reportados na semana anterior, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em levantamento semanal de progresso de safra. A implantação da oleaginosa está atrasada na comparação com o ciclo passado, quando no mesmo período do ano 67,3% das lavouras já estavam plantadas.

Mato Grosso, principal Estado produtor do grão, lidera os trabalhos de campo com 95,3% da área semeada, enquanto no Rio Grande do Sul, a semeadura é incipiente, com 5%. Segundo a Conab, a maioria das lavouras mato-grossenses apresentam "bom desenvolvimento" inicial. Já no Rio Grande do Sul, os produtores estão cautelosos na semeadura, preocupados com possíveis efeitos do La Niña. "Verificou-se que algumas regiões do Paraná foram afetadas pelas baixas temperaturas e pelo excesso de umidade. Em Mato Grosso do Sul, a umidade do solo continuou adequada à semeadura e ao desenvolvimento das lavouras", disse a Conab. Nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Bahia e Tocantins, as chuvas favorecem o avanço do plantio, conforme a estatal.

Segundo a estatal, 43% da área estimada com milho da primeira safra 2022/23, de verão, já foi semeada, ante 39,9% da semana anterior - avanço semanal de 3,1 pontos porcentuais. Há atraso na comparação anual ante os 54,4% plantados em igual período da temporada 2021/22. Paraná está à frente na implantação do cereal, com 91% da área semeada, já os Estados do Maranhão e Piauí ainda não iniciaram a semeadura.

"Em Minas Gerais, o retorno das chuvas e da umidade do solo foram, fundamentais para a evolução do plantio, que se encontra atrasado em relação à safra passada. No Rio Grande do Sul, o plantio segue lento, acompanhando a colheita da safra de inverno. As lavouras apresentam bom desenvolvimento", afirmou a Conab.

A companhia acrescentou que no Paraná e em Santa Catarina as baixas temperaturas e a ocorrência de geadas limitam a velocidade de crescimento das plantas e prejudicam o desenvolvimento inicial das lavouras.

Quanto à safra 2022/23 do arroz, 65,2% da área foi semeada no País ante 51,6% na semana anterior e 57,7% de igual período do ciclo passado. Os trabalhos estão mais adiantados em Santa Catarina, com 92% da área implantada, enquanto ainda não iniciaram em Mato Grosso.

"No Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal, as chuvas favoreceram o desenvolvimento das lavouras e o volume dos reservatórios. Contudo, houve uma queda acentuada na temperatura, o que tende a reduzir o metabolismo das plantas. Em Santa Catarina, porém as chuvas frequentes e a menor radiação solar tem afetado o desenvolvimento das lavouras, além do aumento significativo de plantas daninhas", observou a Conab.

Já a primeira safra de feijão 2022/23 está 36% semeada em comparação com 32,1% há sete dias. Em igual período do ciclo passado, os trabalhos de campo ainda não haviam iniciado. Em São Paulo, o plantio do grão foi concluído, mas o excesso de chuvas e baixas temperaturas durante a colheita preocupam os produtores, enquanto Goiás já semeou 89% das lavouras e os trabalhos de campo estão na fase final com as lavouras em boas condições.

"No Paraná, a oscilação climática recente afetou a evolução do plantio. Até o momento, cerca de 76% da área está semeada e as lavouras já implantadas seguem em boas condições (73%), mas com algumas áreas em situação média (26%) ou ruim (1%), especialmente pelo excesso de chuvas. No Rio Grande do Sul, as lavouras mais precoces estão em fases de enchimento de grãos e maturação, porém a maioria ainda encontra-se em desenvolvimento vegetativo, devido às baixas temperaturas", afirmou a Conab.

A Conab informou também que os produtores de trigo já colheram 43,2% da safra deste ano, avanço de 3,2 pontos porcentuais, mas atraso de 25,5 pontos porcentuais em comparação com igual período da temporada passada. Dos Estados que ainda colhem o cereal, a retirada da commodity do campo alcançou 72% no Paraná e 11% no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão.

"No Rio Grande do Sul, a colheita avança, apesar da redução no ritmo por causa das condições climáticas. A operação está relativamente atrasada em relação às safras anteriores. A qualidade e produtividade estão boas. No Paraná, devido às condições climáticas, a colheita pouco avançou na última semana. O excesso hídrico na maturação das lavouras reduzem a produtividade e qualidade. As lavouras em melhores condições são as mais tardias e devem necessitar de mais aplicações de fungicidas", disse a estatal.

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