Publicado em 15/02/2022 18h51

Influenza aviária/EUA: com novos casos, empresas ampliam medidas de biossegurança

Segundo o USDA, somente em uma granja em Kentucky, 240 mil aves testaram positivo para a doença.
Por: Estadão Conteúdo

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) disse, nessa segunda-feira (14/02), que identificou novos casos de influenza aviária em plantéis do país, o que colocou a indústria avícola em alerta para novos surtos.

O USDA relatou um surto de influenza aviária altamente patogênica em uma granja comercial de frangos no condado de Fulton, Kentucky, em um grupo de cerca de 240 mil aves. Um surto separado foi confirmado no condado de Fauquier, Virgínia. Autoridades isolaram as áreas afetadas e as aves nas granjas serão abatidas para evitar a propagação da doença.

Os EUA não sofrem com surtos graves de gripe aviária desde 2015 (Foto: Getty Images)

Vários casos de influenza aviária foram relatados na América do Norte nas últimas semanas, levando as empresas avícolas a agir. Um surto foi relatado na semana passada no condado de Dubois, Indiana, em uma granja comercial de perus.

No início deste mês, o vírus foi detectado em duas aves selvagens na Flórida. Em janeiro, um caso separado foi identificado em uma ave selvagem no condado de Colleton, na Carolina do Sul, de acordo com o USDA. O Canadá também confirmou recentemente um caso de influenza aviária em uma granja comercial de perus no oeste da Nova Escócia.

Um surto grave nos EUA pode representar uma grande ameaça para empresas avícolas como Tyson Foods, Perdue Farms, Sanderson Farms e Pilgrim's Pride. As empresas de carne já estão aumentando os preços, em meio à escassez de mão de obra e custos mais altos de transporte e ração animal.

A indústria avícola dos EUA não é afetada pela doença desde um surto em 2015, que levou à morte de mais de 50 milhões de frangos e perus. Desde então, processadoras de frango, peru e ovos investiram em novas medidas de biossegurança e outras precauções para conter a propagação da doença.

A Tyson Foods disse na semana passada que aumentou as proteções de biossegurança em suas instalações na Costa Leste, dedicando tempo extra para limpar os veículos que vão para as granjas e reduzindo o número de viagens às granjas em geral.

Uma porta-voz da Perdue Farms disse que nenhum dos surtos afetou os planteis da companhia, mas que os casos positivos são preocupantes. A empresa está fazendo com que todos os seus consultores visitem os criadores em sua área de serviço para revisar os protocolos de biossegurança, disse.

O impacto imediato desses surtos nas vendas das empresas avícolas provavelmente será mínimo, já que os países importadores podem decidir continuar comprando de Estados onde a influenza aviária não foi detectada, disse Christine McCracken, diretora executiva de proteína animal do Rabobank.

Um impacto maior nas exportações pode ocorrer se o vírus for detectado nos principais Estados produtores de aves, como Arkansas, disse. "(O vírus) está sendo transportado por aves selvagens, então não há muito controle sobre a disseminação além das medidas tradicionais de biossegurança", disse McCracken.

A escassez de mão de obra nas granjas também pode aumentar o risco de propagação do vírus, afirmou. Os produtores de frango estão contando com um número menor de trabalhadores para limpar mais granjas, e os trabalhadores mais novos podem não ser tão eficientes em certas práticas de higiene, disse.