Segundo a entidade, os pagamentos não ocorrem desde agosto e as principais devedoras são a LBR, a Promilk e a Mondaí. A primeira está em processo de recuperação judicial, enquanto a segunda entrou com o mesmo pedido nesta semana. Noroeste e Vale do Taquari são as regiões mais prejudicadas.
De acordo com a coordenadora-geral da Fetraf-RS, Cleonice Back, ainda está sendo levantado o número total de produtores afetados e quais são as empresas em dívida, assim como o valor total a ser quitado. “Diariamente, tenho recebido ligações de sindicatos informando sobre novos casos. São agricultores que estão há dois ou três meses sem receber e não estão conseguindo honrar seus compromissos”, conta. A Mondaí, que possui filial em Vista Alegre, no Noroeste do Estado, foi a única indústria a propor negociação para solucionar os débitos. Uma reunião, marcada para a próxima terça-feira, deve selar um acordo de pagamento.
A Promilk, de Estrela, por outro lado, aguarda o recebimento de R$ 6 milhões da LBR, para quem revendeu o leite recolhido nas propriedades rurais, para, então, repassar o dinheiro aos produtores. “Nos deram um prazo até 15 de outubro, pois havia uma promessa de receber da LBR nesse período. Mas isso não se efetivou, e os diretores da empresa alegam que não têm condições de pagar”, explica Cleonice. Em comunicado divulgado na sua página na internet, a Promilk confirma que entrou com um pedido de recuperação judicial, pois “vem sofrendo com os atrasos nos recebimentos dos seus créditos de uma indústria de grande atuação no mercado nacional”.
A LBR teve seu plano de recuperação judicial aprovado no último dia 9 de outubro, o que lhe dá garantias para tentar reverter sua situação financeira. Em contato com a Fetraf-RS, a empresa reconheceu que possui débito com diversos credores, entre eles produtores gaúchos, mas destacou que irá aguardar uma solução na Justiça para realizar os pagamentos.