Publicado em 30/12/2020 18h26

Agricultura vertical pode economizar água?

“Demora 30 a 40 dias para cultivar vegetais folhosos no campo. Podemos colher exatamente a mesma safra em 10 ou 12 dias”
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

A crise do coronavírus e as mudanças climáticas reforçam a busca dos Emirados Árabes Unidos por maior independência no fornecimento de alimentos. Para isso, a agricultura vertical surge como uma possibilidade na economia de recursos hídricos. 

O sistema de cultivo vertical permite a produção de uma rica variedade de vegetais, empilhando-os em camadas. Para isso, a iluminação LED é utilizada em estufas com climatização e com sistemas de irrigação por aspersão ou gota a gota. O processo é adaptado às necessidades específicas de cada cultura, resultando em safras de alto rendimento ao longo do ano. 

“Demora 30 a 40 dias para cultivar vegetais folhosos no campo. Podemos colher exatamente a mesma safra em 10 ou 12 dias”, diz Marc Oshima, cofundador da americana Aerofarms. A empresa recebeu financiamento do Escritório de Investimentos de Abu Dhabi para construir a maior fazenda vertical coberta da capital, que permitirá a produção de 800 safras diferentes até 2021. 

Essa tecnologia usa um mínimo de terra e até 95% menos água do que a agricultura convencional. O sistema hidropônico coloca as raízes da planta diretamente em uma solução nutritiva, e não no solo. Este sistema de “circuito fechado” capta e recircula a água, em vez de permitir que escoe, o que é útil para um país como os Emirados Árabes Unidos, que sofre de estresse hídrico extremamente alto. 

A água é muito cara nos Emirados Árabes Unidos, mas a energia é barata porque é subsidiada”, enfatiza Jan Westra, desenvolvedor de negócios estratégicos da Priva, empresa holandesa que fornece soluções de tecnologia para fazendas verticais. 

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