Publicado em 14/10/2020 23h49

Trabalhadores de indústrias de oleaginosas fazem paralisação na Argentina

Federação disse que indústria se recusou a rever a programação salarial prevista. Greve afeta atividades das plantas de processamento de soja
Por: Estadão Conteúdo

A Federação dos Trabalhadores do Complexo Industrial das Oleaginosas, Beneficiadores de Algodão e Afins da República Argentina (FTCIODyARA, na sigla em espanhol) iniciou uma paralisação que afeta as atividades das plantas de processamento de soja do país.

Em comunicado, a federação disse que os sindicatos patronais que representam a indústria se recusaram a rever a programação salarial prevista. O comunicado não esclarece por quanto tempo seria mantida a greve.

"Com efeito, passaram-se mais de dois meses desde o momento em que a tabela salarial correspondente ao Acordo Coletivo de Trabalho 420/05 deveria começar a ser revista, conforme foi firmado pelas mesmas câmaras patronais no acordo de 30 de abril de 2020 e, no entanto, sua resposta foi primeiro demora e depois recusa expressa de prosseguir com a revisão", disse a federação, em nota.

Em comunicado separado, a federação anunciou que uniria esforços com a União dos Receptores de Grãos e Anexos da República Argentina (Urgara), que também já havia promovido paralisação reivindicando melhores salários e redução de jornada.

Em sua conta no Twitter, a Câmara da Indústria de Óleos da República Argentina (Ciara) afirmou que a paralisação "não beneficia ninguém".

"A greve anunciada pela Federação dos Trabalhadores do Complexo Industrial das Oleaginosas não está de acordo com a situação do país ou com o contexto pelo qual passa a indústria", disse a câmara, citando capacidade ociosa em fábricas e perdas de produção ocasionadas pela seca.

De acordo com a Ciara, foi acordado em maio um aumento salarial de 25% e ficou estipulado que, caso a inflação de 2020 superasse 25%, as partes se reuniriam novamente, o que não ocorreu.