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Publicado em 07/04/2020 13h14

Após polêmica com Weintraub, líderes do agro pedem cautela no tratamento com a China

É consenso entre autoridades que momento é de "pacificação" diante das incertezas causadas pela pandemia do coronavírus
Por: Estadão Conteúdo

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Ministro da Educação, Abraham Weintraub, protagonizou novo desentendimento com a China (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Líderes do agronegócio brasileiro afirmaram que é preciso ter cautela na forma como o país trata a China, o principal destino das exportações do setor. É consenso entre as autoridades que o momento é de "pacificação" diante das incertezas causadas pela pandemia do coronavírus.

Os comentários foram feitos após postagem do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que irritou autoridades chinesas. Após usar o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para ridicularizar o sotaque dos chineses, Weintraub disse na segunda-feira (6/4) que pode até pedir desculpas por sua "imbecilidade", desde que a China forneça respiradores ao Brasil.

"Nossa preocupação é de pacificar e manter as boas relações. Não queremos briga. Estamos muito preocupados e precisamos de cautela", afirmou o ex-ministro da Agricultura Neri Geller, atual deputado federal pelo PP de Mato Grosso, onde oito de cada dez sacas de soja têm como destino a China.

O também ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli se disse preocupado. "Não devemos insultar ninguém. E não podemos misturar comércio com política, precisamos de uma posição mais sadia, mais madura", declarou.

Presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito declarou que, "quando a gente abre um tipo de disputa dessas num momento inadequado, o que a gente espera em troca?". "Já temos tantos problemas, não precisa criar mais um. O Brasil não ganha nada com isso, só perde", disse o vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Pedro de Camargo Neto.