Publicado em 19/01/2015 14h15

Representantes da Dow Agroscienses e Sociedade Rural Brasileira visitam MS para conhecer sistemas de ILPF

Nos dias 25 e 26 de novembro estiveram em MS, Roberto Risolia da Dow Agroscienses e Francisco Vila diretor da Sociedade Rural Brasileira, que vieram conhecer os modelos de gestão e integração lavoura, pecuária e floresta.
Por: Wisley Torales da Redação

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O roteiro começou pela Embrapa Gado de Corte onde conheceram, de Cleber Oliveira chefe geral da unidade e dos pesquisadores, os trabalhos aplicados na região, estudos concluídos e em andamento dos últimos 20 anos. 

Ainda no dia 25 visitaram a Fundação MS em Maracajú, para conhecer a pesquisa aplicada no campo. O presidente da instituição Luiz Alberto Moraes Novaes, Mandi como é conhecido pelos produtores, citou seu exemplo, como se adequou as mudanças, o que teve de implementar e até a forma de pensar em sua propriedade, que precisava ser vista como empresa que fosse mais eficiente e que produzisse mais em um menor espaço de tempo. 

Vila e Risolia, também visitaram mais duas propriedades a Sapé Agropecuária e Fazenda Água Tirada. Na Sapé Agro, foram recebidos pelo gerente, Arthur Falfete administra a propriedade sob a tutela dos acionistas, a mãe, dona Seila Corrêa da Costa e os irmãos Alexandre, Eduardo e Patrícia Correa Riedel. Na propriedade a pecuária é de ciclo completo (cria, recria e engorda), a agricultura, faz revezamento com a área de pastagem, segundo Falfete, nenhum hectare fica mais de três anos sem reforma. Para Eduardo Riedel, sócio proprietário da Sapé, os modelos de produção podem servir de exemplo para outros produtores. Riedel afirma ainda que um de seus projetos é a construção de instalações na propriedade para receber visitantes do Brasil e do mundo, através de um programa de turismo tecnológico que surgiu por conta do modelo implantado e da procura pelo conhecimento e pela informação. "O visitante poderá conhecer e vivenciar o modelo de produção no dia-a-dia, como ele realmente é", afirma Riedel.  

Já no dia 26 Cleber Oliveira, Vila e Risolia visitaram uma outra propriedade a fazenda Água Tirada, do produtor Artemio Olegário que também faz integração lavoura pecuária. Artemio herdou a fazenda do seu pai, sr Libório Ferreira que por sua vez herdou do sr. Adolfo Alves Ferreira no início do século 20. Artemio conta que em 1989, o grupo Água Tirada resolveu entrar na atividade agrícola, pois as áreas de Maracajú encontravam-se degradas e com baixa produtividade. A metodologia adotada foi do sistema de plantio direto, tanto antecedendo lavoura quanto pastagens já corrigidas por culturas anteriores. Os trabalhos começam em setembro com a dessecação e com o plantio de soja nas primeiras semanas de outubro e finalizando em novembro. A colheita é realizada a partir de fevereiro, quando se inicia o plantio do milho safrinha e finaliza com plantio de aveia e Brachiaria Ruziziensis, onde são oferecidas aos animais para pastoreio controlado de inverno.

No sistema de produção agrícola conta-se com uma unidade armazenadora e beneficiamento com capacidade para atender toda área de produção. Os subprodutos são destinados aos animais durante o inverno, tanto para manutenção como engorda de animais descartados depois de uma avaliação de fertilidade, realizada em todas as matrizes três meses após o término da inseminação e a retirada dos touros. Isto é feito aproximadamente em maio.
A ração também é produzida na propriedade a partir de produtos agrícolas oriundos daquela temporada. A ração é fornecida para toda a tropa de trabalho, carneiros e também para os animais de cocheira e de piquetes que estão destinados para os leilões de nelore PO.

Na volta para Campo Grande, Vila e Risolia debateram com Cleber Oliveira a realidade das propriedades e como os sistemas de integração impactam na rentabilidade e na sustentabilidade da “fazenda-empresa”. Para Roberto Risolia a vista serviu para ver como as novas gerações estão explorando a propriedade de seus pais e avós e transformando-as em verdadeiras empresas rurais. Para ele a ILPF é a ferramenta a ser explorada para conseguir melhores resultados. Risolia ressalta ainda que os ingredientes indispensáveis para isso é o empreendedorismo e a busca por conhecimento e novas tecnologias.

“Nós tivemos uma imersão de conhecimento nas últimas 48 horas e nosso trabalho é absorver tudo o que nos foi mostrado, digerir e formatar uma metodologia para ser aplicada em doses homeopáticas, às várias outras realidades do resto do Brasil. Mato Grosso do Sul tem o privilégio de ter lideranças ativas e que sabem conduzir e induzir o produtor ao desenvolvimento de sua fazenda. Outros fatpres importantes são a sucessão familiar e a valorização das pessoas na propriedade, estas são peças fundamentais de uma complexa engrenagem, que fazem o motor todo funcionar de forma harmoniosa e eficiente. e que de forma alguma pode ser deixada de lado.” Finaliza Francisco Vila.