Publicado em 20/03/2020 16h59

Dólar dá sinais de baixa iminente

Recomendação é de aproveitar níveis ainda lucrativos para vender antes que o Dólar caia
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Na visão de especialistas consultados pelo Agrolink, a moeda norte-americana começa a emitir sinais de que sua curva de valorização atingiu o pico, podendo arrefecer nas próximas semanas. “Não vai ser uma queda direta, mas creditamos que começou sim. Na nossa visão o Dólar vai andar de lado mais um pouco e depois cair”, apontam os analistas da T&F Consultoria Agroeconômica. 

Isso vai ocorrer, explicam eles, porque todos os governos e principais instituições financeiras do mundo estão “empenhadas nisso”. Apontam como indício complementar a essa projeção o fato de que as principais Bolsas de valores de todo o mundo subiram. A Bovespa, por exemplo, subiu significativos 2,15%.

“Os preços das commodities no Brasil tem um componente de, aproximadamente, 35% vinculado ao Dólar. É ele que está fazendo os preços subirem, porque o mundo inteiro está fugindo dos riscos e comprando Dólar para se proteger. Esta procura pela moeda americana aumenta o valor da moeda norte-americana, reduzindo a competitividade dos produtos dos Estados Unidos”, explicam os analistas da T&F. 

No caso do trigo, para se ter uma ideia, a Rússia acaba sendo mais atrativa. No caso da soja e milho, sobra para o Brasil. “Só nesta semana o Brasil vendeu 2,4 milhões de toneladas (MT) de soja para a China. Enquanto isso os Estados Unidos mandaram apenas 480 mil toneladas, e foi apenas ontem (19.03), depois se o Dólar cair”, ressaltam. 

“Nesta fechamento de semana, os esforços dos governos ao redor do mundo parecem ter começado a produzir efeito, com a forte queda do dólar (1,84% no Brasil) e com todas as bolsas do mundo voltando a subir depois se fortes quedas. Com isto, é muito provável que os preços das commodities brasileiras também comecem a cair. Por isso, a recomendação dos analistas da T&F é de aproveitar os níveis – ainda – muito lucrativos para venderem seus lotes de soja e milho para a safra atual e futura, antes que o Dólar caia”, concluem.