Publicado em 20/02/2020 17h44

Cogeração traz alívio para usinas

Sucroenergéticas poderiam ampliar eficiência na produção de eletricidade e melhorar geração de caixa
Por: Novacana.com

A energia elétrica, logo após o etanol e o açúcar, é o principal produto que as usinas de cana-de-açúcar comercializam. Com preços mais estáveis do que os outros, a produção de energia não representa a maior parte da renda das companhias, mas pode salvar muitas delas do aperto. Não é de hoje que ela vem sendo apontada pelos analistas como uma das esperanças para o setor.

Olhando para os custos de produção da temporada 2018/19, analisados pelo Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege), a cogeração foi quem salvou o caixa das usinas com despesas maiores que os lucros.

Além disso, profissionais como Manoel Pereira de Queiroz, do Rabobank, e Giovana Araújo, da MB Agro, já apostavam na geração de energia como um dos modos de diversificação dos fluxos de receita durante palestras na Conferência NovaCana.

Quem também examinou os números da cogeração foi a consultoria FG/A, a partir dos resultados financeiros completos de uma amostra de 34 sucroenergéticas. Após análises de performance agrícola e de indicadores econômico-financeiros, a geração foi o terceiro ponto examinado pela consultoria, que apontou uma grande dispersão entre o maior e o menor resultados.

Inicialmente, a FG/A coletou dados de 45 players do setor, que correspondem a 66% da biomassa produzida no Centro-Sul, durante a temporada 2018/19. Porém, especificamente para a cogeração, a amostra caiu para 34 empresas, já que 11 não produzem energia.

“Na nossa leitura, nas últimas três ou quatro safras, a exportação [de eletricidade] não aumentou, um pouco por conta da moagem menor e um pouco pela falta de investimento”, explicou o sócio-fundador da FG/A, Juliano Merlotto, durante a Conferência NovaCana 2019. Além disso, o analista afirma que 60% do potencial de cogeração não é aproveitado pelas usinas.