O ano mais quente e seco da Austrália cortou a produção agrícola, e a produção no verão deverá cair para os níveis mais baixos registrados, de acordo com projeções oficiais publicadas na terça-feira. O departamento de agricultura do país disse que espera que a produção de culturas como sorgo, algodão e arroz caia 66%, os níveis mais baixos desde que os registros começaram em 1980/1981.
"É a menor produção agrícola de verão neste período por uma ampla margem", disse Peter Collins, economista sênior da agência de estatística do departamento. É provável que as chuvas do início de fevereiro tenham chegado tarde demais para ajudar os agricultores.
Tiras de terras agrícolas australianas sofreram três ou mais anos de seca. Mas em 2019 as chuvas foram registradas abaixo do recorde mínimo anterior estabelecido em 1902 e temperaturas médias de 0,2 graus Celsius (0,4 graus Fahrenheit) acima do ano mais quente anterior em 2013. A previsão de queda no verão segue uma queda nas safras de inverno, que incluem trigo, uma importante colheita comercial, em cerca de cinco por cento.
A Austrália é um dos principais produtores agrícolas do mundo e o setor responde por cerca de três por cento do PIB total. A seca causada pela mudança climática também agravou uma temporada de incêndios florestais que varreram mais de 10 milhões de hectares (25 milhões de acres) de paisagem de estacas secas no sul e leste da Austrália, matando 33 pessoas.
As pessoas acham que a mudança climática é uma perspectiva a longo prazo, mas, na realidade, está aqui, neste exato momento”, afirmou Joelle Gegis, professor sênior de ciência do clima na Universidade Nacional Australiana em Camberra.
