Publicado em 18/11/2019 15h26

Chuvas irregulares no Cerrado Mineiro preocupam

O Cecafé informou que no último mês de outubro foram embarcadas 3.422.112 sacas de 60 kg de café
Por: Agrolink

Nesta semana, mais curta devido ao feriado nacional amanhã, 15 de novembro, dia da Proclamação da República do Brasil, as cotações do café na ICE Futures US em Nova Iorque oscilaram bastante. Depois de acumularem altas por quatro semanas seguidas, fecharam em baixa na segunda e na terça-feira, e em alta ontem e hoje. No balanço destes quatro dias, os contratos de café com vencimento em março próximo na ICE perderam 135 pontos. Amanhã, feriado no Brasil, a bolsa de Nova Iorque trabalhará normalmente.

O mercado físico brasileiro apresentou mais uma semana firme, com muitos interessados nos cafés de melhor qualidade, bastante escassos nesta safra. Os produtores continuam vendendo o necessário para cumprir seus compromissos mais próximos, aguardando preços melhores para vender o que resta da colheita desta safra de ciclo baixo.

Na última terça-feira, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) divulgou as exportações brasileiras de café no último mês de outubro. Elas totalizaram 3.422.112 sacas. Os embarques brasileiros de café em 2019 já somam, até o final de outubro, 34.047.071 sacas, volume 22,8% maior que no mesmo período de 2018. Faltando ainda os embarques de novembro e dezembro, esses números apontam para um novo recorde histórico de exportações de café em um ano civil. Nossas exportações em 2019 deverão ultrapassar quarenta milhões de sacas, quebrando o recorde anterior de 2015, quando exportamos 37.018.983 sacas. Indicam que o Brasil continua conquistando novos mercados e aumentando sua fatia no consumo mundial. As exportações de café solúvel, incluídas nos números acima, também deverão quebrar o recorde anterior.

Apesar das chuvas terem aumentado nesta semana, elas continuam irregulares e insuficientes. A região que traz mais preocupações é a do Cerrado Mineiro, grande produtora de arábicas de boa qualidade e finos. As temperaturas continuam altas, acima da média, nas regiões produtoras de café do Sudeste brasileiro. Já é consenso entre os agrônomos que nossa próxima safra 2020, de ciclo alto, ficará abaixo da de 2018. Não teremos uma nova safra recorde no próximo ano.

O Cecafé informou que no último mês de outubro foram embarcadas 3.422.112 sacas de 60 kg de café, aproximadamente 13% (515.907 sacas) a menos do que no mesmo mês de 2018 e 1% (28.518 sacas) a menos do que o último mês de setembro. Foram 2.826.200 sacas de café arábica e 274.001 sacas de café conilon, totalizando 3.100.201 sacas de café verde, que somadas as 320.743 sacas de solúvel e 1.168 sacas de torrado, totalizaram 3.422.112 sacas de café embarcadas.

Até dia 13, os embarques de novembro estavam em 557.953 sacas de café arábica, 22.526 sacas de café conilon, mais 29.308 sacas de café solúvel, totalizando 609.787 sacas embarcadas, contra 330.590 sacas no mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 13, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 1.438.475 sacas, contra 971.370 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque (ICE) do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 14, caiu, nos contratos para entrega em março próximo, 135 pontos ou US$ 1,79 (R$ 7,51) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam, no dia 8, a R$ 622,19 por saca, e hoje, dia 14, a R$ 618,43. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 35 pontos.