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Publicado em 09/10/2019 17h52

Gado sem chifres pode estar próximo da realidade

Meta ainda enfrenta alguns desafios
Por: Leonardo Gottems - Agrolink

Uma equipe da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, liderada pela geneticista animal Alison Van Eenennaam, vem trabalhando no desafio do gado sem chifres. Os fazendeiros geralmente precisam remover os chifres de animais, um procedimento doloroso, para impedir que eles se corrompam ou prejudiquem seus manipuladores humanos. 

Depois que os cientistas identificaram o gene responsável pela ausência de cornos, os bioengenheiros da Recombinetics, de Minnesota, usaram "tesouras" moleculares para alterar o DNA nas células de uma raça holandesa, uma raça popular de gado leiteiro. Embora as "tesouras" genéticas chamadas CRISPR-Cas9 sejam mais conhecidas, a Recombinetics usou uma ferramenta chamada TALEN (nuclease de ativação da transcrição, nuclease). O resultado foi o nascimento em 2015 de touros sem chifres Spotigy e Buri. 

Para confirmar que a carne desses animais seria adequada ao consumo humano, Van Eenennaam consultou a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. Quase por acaso, os cientistas descobriram uma modificação genética inesperada enquanto trabalhavam em um projeto relacionado usando dados publicados sobre o genoma de touros. "Vimos a mutação planejada editada e eu estava apenas checando as caixas finais antes de continuar", disse Alexis Norris, bioinformática do Centro de Medicina Veterinária da Universidade. 

Supunha-se que a sequência plasmídica, um fragmento de DNA usado para alterar um gene alvo, desaparecesse por si só, e a Recombinetics, que agora usa uma técnica diferente para conceber bovinos sem chifres, não havia verificado sua presença. O fato de um fragmento estranho ter sido inserido no DNA não é necessariamente perigoso para o animal ou para os consumidores, diz a FDA. 

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