Publicado em 14/05/2019 18h11

Glifosato: Em comunicado, Bayer diz que vai recorrer de condenação

A empresa foi condenada a indenizar em US$ 2 bilhões um casal de idosos da Califórnia, EUA
Por: Estadão Conteúdo

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A Bayer afirmou em comunicado nesta segunda-feira que vai recorrer da decisão de um júri na Califórnia, nos EUA - a empresa foi condenada a indenizar em US$ 2,055 bilhões um casal de idosos do Estado norte-americano. O casal afirma ter desenvolvido câncer por causa do herbicida Roundup, da Monsanto, companhia adquirida pela empresa alemã.

"A Bayer está decepcionada com a decisão do júri e recorrerá do veredicto neste caso", disse a empresa alemã, acrescentando que a decisão "está em conflito direto" com a revisão de registro da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA divulgada no mês passado. Nesta revisão, a Bayer informou que se chegou a um consenso entre os principais reguladores de saúde em todo o mundo de que os produtos à base de glifosato podem ser usados com segurança e que o ingrediente "não é carcinogênico". A empresa baseia seus argumentos também em 40 anos de "extensas pesquisas científicas".

O contraste entre o veredicto de hoje e a conclusão da EPA "não poderia ser mais forte", segundo a Bayer. No fim de abril, a EPA reafirmou a sua conclusão de que o glifosato é seguro quando usado conforme as instruções e que não causa câncer.

A Bayer disse também que o casal norte-americano apresentou ao júri conclusões de uma fração minúscula do total de estudos disponíveis, e que eles utilizaram a conclusão da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, cujo estudo, de acordo com a EPA, foi menos robusto e menos transparente do que o da agência norte-americana.

A empresa afirma que sente "simpatia" pelo casal Pilliod, que alega ser vítima do Roundup, mas que as evidências mostram que ambos têm históricos de doenças que aumentam o risco de desenvolver o linfoma não Hodgkin.

A companhia disse ainda que a decisão de hoje não tem efeito nos julgamentos futuros: "Cada um tem suas circunstâncias factuais e legais". Segundo a empresa, o litígio ainda levará um tempo para ser concluído.