Publicado em 30/04/2019 12h15

Após seca histórica, produção argentina de grãos retorna à casa das 50 milhões de toneladas

Roteiro da Expedição Safra pela América do Sul ainda verificou quebra na safra paraguaia e o desafio de aumentar participação das hidrovias no transporte de grãos
Por: Assessoria de Imprensa - Expedição Safra

Um dos maiores players do agronegócio mundial retomou seu espaço. Após seca histórica no ciclo 2017/2018, a Argentina deve chegar no ciclo atual a 57 milhões de toneladas, 25 milhões a mais do que no ciclo anterior, segundo informações da Expedição Safra. O levantamento técnico-jornalístico realizado nos principais produtores de grãos da América do Sul ainda verificou quebra no Paraguai e os desafios para aumentar a participação da Hidrovia Paraguai-Paraná no escoamento das safras de cinco países.

Com a quebra da safra argentina no ano anterior, os produtores locais tiveram que achar meios de suprir a demanda interna de farelo de soja, que fica em torno de 46 milhões de toneladas. Segundo o editor de Agronegócio da Gazeta do Povo, Marcos Tosi, a solução encontrada foi aumentar as compras no Paraguai e buscar a oleaginosa também no Brasil. “No ano passado houve escoamento de 600 mil toneladas de grãos do Mato Grosso do Sul pela hidrovia Paraguai – Paraná. Dois anos antes tinham sido apenas 16 mil toneladas. Essa produção saiu do Mato Grosso do Sul, em sua maioria por Porto Murtinho, e alimentou a necessidade Argentina durante a seca”.

Neste ciclo foi a vez do Paraguai sofrer com problemas climáticos. O veranico que também prejudicou a produção no oeste do Paraná, impactou de 15 a 20 por cento da safra paraguaia, estimada inicialmente em 10 milhões de toneladas. Com isso o país não conseguiu repetir os números da colheita anterior e ainda vive disputa interna entre o setor agropecuário e o Ministério da Economia, que deseja sobretaxar em 10% as exportações de soja no país.

Já o Uruguai vive a expectativa de receber pelo rio Paraná parte da safra de grãos do Oeste paranaense, o que depende ainda da finalização de obras de infraestrutura no Paraguai. “A logística até o Porto de Nueva Palmira ainda é muito complicada para concorrer com o caminho rodoviário até Paranaguá. Mas isso pode mudar quando estiver pronta a rodovia batizada de Corredor de Exportação, no Paraguai, que corre às as margens da hidrovia Paraguai-Paraná”, afirma Tosi.

Roteiro latino

A Expedição Safra viajará no mês de maio para o México para levantar dados de produção, demanda e oportunidades de um mercado de 130 milhões de pessoas para o setor agropecuário brasileiro. A estratégia do México de diminuir a dependência do fornecimento de grãos pelos Estados Unidos vem incrementando os negócios bilaterais e já levou à importação de 1,2 milhão de toneladas de milho em 2017 – uma commodity que praticamente nunca havia sido exportada daqui para o país centro-americano.

O roteiro no México passará por empresas e propriedades do agronegócio local, além de visitas à Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Sagarpa), ao Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), ao maior terminal logístico graneleiro do país em Vera Cruz, além do polo produtivo de grãos de San Luis Potosí.

Roteiro Brasil

No Brasil, a equipe passou por 12 estados entre outubro de 2018 e março de 2019. Os estados visitados foram Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goias, Maranhão, Tocantins, Bahia, Piauí. A safra brasileira de soja 2018/19, mesmo com dificuldades climáticas, deve fechar em 115,8 milhões de toneladas, contra 115,4 milhões do ano anterior.