Publicado em 17/04/2019 14h57

Agricultores de Candelária observam resultados na Conservação do Solo

Implantadas em 2016 pela Emater/RS-Ascar já mostram resultados significativos na conservação do solo
Por: Emater - RS

Implantadas em 2016 pela Emater/RS-Ascar, as duas Unidades de Referência Técnica (URTs) em solos, nas comunidades de Data do Ribeiro e na Linha Bernardino, no município de Candelária, já mostram resultados significativos na conservação do solo. Em comum, além da percepção das famílias da necessidade de cuidar do solo para evitar a erosão, as propriedades são de pequenos agricultores familiares, que também fazem parte do Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar, do Governo do Estado.

As duas propriedades apresentavam solos arenosos e com declividades acentuadas. ?Além disso, parte da água da chuva que escorria da estrada de uma delas entrava na lavoura, causando estragos. Já na outra propriedade, os próprios sedimentos que escorriam da lavoura estragavam a estrada?, lembra o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Vagner João Moro.

Como primeira ação foi realizada a análise do solo para identificar suas características químicas e poder decidir quais nutrientes eram necessários equilibrar para potencializar a produção. Ainda em 2016 foram demarcadas curvas de nível e, em seguida, construído os camalhões com trator e arado, onde foi cultivada cana de açúcar, para estabilizar e fortalecer as estruturas, além de possibilitar à família utilizar a cultura para fazer melado e ser fonte de alimentação animal. Uma dessas áreas está sendo cultivada, principalmente, com feijão, milho e mandioca, já a outra, com milho e tabaco.

O extensionista destaca que, nessas áreas, o sistema de cultivo está sendo trabalhado para que o solo não fique descoberto. ?Foi adotada a rotação de culturas e utilizadas plantas de cobertura como práticas nas propriedades. Com isso, já está sendo observado um pequeno um incremento no teor da matéria orgânica do solo, já que é ela um dos fatores mais importantes, que interfere na qualidade do solo e, como consequência, na produtividade das culturas?, explica Moro. Além disso, é adotado nas propriedades o plantio em nível, que ajuda na infiltração da água no solo e na diminuição das perdas de solo e nutrientes.

As melhorias nas áreas, principalmente com relação às perdas de solo, água e fertilizantes, já são percebidas pelos agricultores. ?Estou observado melhorias na qualidade da folha do fumo ?aspecto de ferrugem?, considerada boa para a cultura?, relata o produtor José Neri Rodrigues, que ressalta ainda que gostou de utilizar a Crotalária após o cultivo do fumo e já estendeu essa prática para toda a área produtiva.

Mesmo com os resultados observados, o monitoramento das áreas continua sendo prática frequente nas propriedades. O controle da fertilidade é feito por meio de análises de solo periódicas, para que a recomendação de adubação e calagem seja feita de forma equilibrada e específica para cada cultura. Moro destaca que a coleta de solo deve ser realizada com cuidado. ?Deve-se seguir a metodologia de coleta e a amostra coletada de solo deve ser representativa da área, porque caso contrário à recomendação talvez não seja a mais adequada para a realidade da lavoura?, explica. 

Para os agricultores que utilizam o sistema de plantio direto, a recomendação é investir em práticas como utilizar plantas de cobertura e recuperadoras de solo, rotação de culturas, plantio em nível, utilização de curvas de nível e terraços. ?É possível preservar o solo, produzir os alimentos e ainda proteger o meio ambiente? ressalta Moro. ?Tecnologias e informações existem, basta que cada um faça a sua parte. Proteger o solo é um dever de todos?, conclui.