Publicado em 08/01/2015 13h16

Faeg discute Vazio Sanitário do Tomate em Morrinhos

Com período e funcionamento diferenciados, o Vazio Sanitário do Tomate em Morrinhos vem causando dor de cabeça aos produtores do município. As queixas foram apresentadas na manhã desta quarta-feira (7) durante reunião na sede da Federação da Agricultura Pecuária de Goiás (Faeg). Na ocasião o diretor de uma das principais indústrias de Morrinhos, a Dez Alimentos, explicou como a diferenciação das datas de início e fim, e a divisão do município em duas microrregiões, afeta a produtividade morrinhense da fruta.
Por: Faeg

tomate

Nazir Rosa foi recebido pelo gerente de assuntos técnicos e econômicos da Faeg, Edson Novaes, pelo consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, Cristiano Palavro, e por uma comitiva da Agência Goiana de Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que ouviu as reivindicações do representante dos produtores de Morrinhos e disse concordar com a revogação da Instrução Normativa Nº 002/2008, o que insere o município ao mesmo cronograma – com os mesmos mecanismos – do restante de Goiás. O argumento de Nazir, que foi à Faeg acompanhando do engenheiro agrônomo da empresa, Lucas Lima, é que como as microrregiões são muito próximas e as datas de plantios são alternadas entre as duas microrregiões a cada ano, a Mosca Branca consegue transitar entre as lavouras.

Representando a Agrodefesa, estavam presentes Cresio Gomes, João Carlos Kruel, Ivan José Mendonça, Márcio Antônio de Oliveira e Rubens da Silva. Também participou da reunião o presidente da Comissão de Irrigação da Faeg, e produtor de tomate, Eduardo Veras. Para ele, e importante buscar parcerias e melhorias com foco na sustentabilidade da cadeia produtiva.

Depois da reunião, ficou definido que a Faeg vai encaminhar ao presidente da Agrodefesa, Antenor Nogueira, uma solicitação para alterações na Legislação Fitossanitária referente ao Vazio Sanitário do Tomate em Goiás. Assim, Morrinhos ficará também sob o regimento da Instrução Normativa 006/2011, válida para todos os demais municípios goianos, ou seja, com plantio de 1º de fevereiro à 30 de junho.

De acordo com normativa federal, discussões em torno de eventuais problemas devem ser realizadas com órgãos fiscalizatórios, produtores, indústrias de processamento e todos os demais envolvidos no processo. “Temos que discutir e estamos aqui discutindo. Agora é preparar o documento, analisa-lo, assiná-lo em conjunto e seguir em frente sempre buscando o melhor para o produtor”, disse Cresio Gomes, da Agrodefesa.

Entenda o caso
Nazir Rosa explicou que em um primeiro momento, Morrinhos solicitou junto à o zoneamento do plantio de tomate, o que resultou na divisão do município em duas microregioões e estipulou o Vazio entre 15 de fevereiro e 15 de abril – para a primeira região – e entre 15 de abril e 15 de junho – para a segunda região. “Mas com o passar do tempo podemos ver que essa não foi a melhor decisão. Não foi erro de ninguém. Mas agora que detectamos os possíveis prejuízos, temos que pedir ajudar e aqui na Faeg, junto com a Agrodefesa, é o melhor lugar”, explicou.
Nazir aproveitou a oportunidade para levantar a questão da definição de que nos municípios de Morrinhos, Itaberaí, Turvânia, Cristalina, Luziânia, Silvânia, Vianópolis, Palmeiras de Goiás, Piracanjuba e Goianésia, o plantio de tomate tutorado também deve respeitar o calendário de plantio do tipo rasteiro – previsto no Artigo 5º da Instrução Normativa 006/2011.

Ele destacou ainda que o município de Morrinhos é considerado o 2ª maior produtor de tomate industrial do estado. Com isso, boa parte da colheita é negociada com as indústrias da própria região. No local, os frutos passam pelo sistema de classificação, esterilização, limpeza e, logo em seguida, viram polpa para produção de catchup, extrato, molho e outros produtos.

Silvânia e Leopoldo de Bulhões
Representando os produtores de Silvânia e Leopoldo de Bulhões, o presidente da Comissão de Irrigação da Faeg, e produtor de tomate, Eduardo Veras, aproveitou a oportunidade para falar sobre problemas que atingem as duas cidades. “Quando criaram o Vazio Sanitário do Tomate em Goiás, Leopoldo de Bulhões e Gameleira de Goiás ficaram de fora. Acho que isso precisa ser rediscutido e reconsiderado, visto que as cidades são grandes produtoras da fruta”, pontuou.

Ficou decidido então que o ofício – encaminhado ainda esta semana para a Agrodefesa – também vai solicitar a revogação da Instrução Normativa 002/2008 e a inclusão dos municípios de Leopoldo de Bulhões e Gameleira de Goiás no Artigo 5º da Instrução Normativa 006/2011.

Edson Novaes fez questão de destacar o trabalho feito pela Faeg junto aos produtores. “Foram nove reuniões em dois meses. Trabalhamos duro durante o qual discutimos perdas, cláusulas contratuais, produção e até o Vazio Sanitário”, disse. Ele aproveitou para elogiar a relação mantida entre a Federação e a Agrodefesa. “2014 foi um ano bastante positivo e produtivo no que diz respeito ao trabalho conjunto”.

Vazio Sanitário
O vazio sanitário é a eliminação do tomateiro ao final da colheita, por um período de 60 a 120 dias, para evitar que as pragas, eventualmente presentes, permaneçam na área e afetem os plantios futuros. Em Goiás, esse período é entre 1º de fevereiro e 30 de junho.

É importante ressaltar que o Vazio Sanitário é apenas uma das medidas do Manejo Integrado de Pragas, sendo imprescindível o cumprimento das demais medidas para que o controle seja efetivo. Atualmente, apenas o estado de Goiás cumpre a norma.

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