Publicado em 27/11/2018 17h07

Maggi pede lista da JBS e diz que confiança na fiscalização é afetada

De acordo com o ministro, 600 novos veterinários contratados após as operações da PF vivem sob incerteza no sistema de fiscalização
Por: Estadão Conteúdo

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu nesta terça-feira (27/11), a divulgação "o mais rápido possível" da lista de 200 servidores da pasta que estariam sendo investigados por envolvimento em supostas irregularidades no processo de inspeção animal. A lista foi citada pelo empresário Wesley Batista, da JBS, em depoimento durante delação premiada feita ao Ministério Público. Segundo o empresário, a companhia pagaria servidores para trabalhar fora do expediente em suas plantas de abate animal.

De acordo com Maggi, os 600 novos veterinários contratados pelo ministério após a série de operações de Polícia Federal e do Ministério Público vivem sob incerteza no sistema de fiscalização. Essa insegurança, segundo ele, ocorre porque os novos fiscais sanitários, 300 concursados e 300 temporários, não sabem se estariam trabalhando com investigados. "Quanto mais rápido vier à tona a tal da lista de 300, ou de 200, que todo mundo fala, seria melhor para o sistema, para o ministério, para todo mundo", disse. "Esses novos (veterinários) estão trabalhando com fiscais mais velhos e eles não sabem quem está ao seu lado. O grau de confiança é afetado e estou vendo esse nosso serviço com muitos problemas em função de não saber quem é quem nesse processo. Estamos passando por momentos muito difíceis", completou.

O ministro disse também desconhecer o acordo de leniência negociado por executivos da BRF investigados nas operações Carne Fraca e Trapaça da Polícia Federal (PF). "Ao ministério não foi dito nada, nem por parte da PF, nem por parte da Controladoria ou quem quer que esteja fazendo o acordo de leniência. Tudo que a gente sabe é pela imprensa", concluiu Maggi após evento na Organização das Cooperativas do Brasil (OCB).