Publicado em 23/08/2018 18h40

História do trabalhador rural do setor sucroenergético é contada no Projeto Colhendo Memórias

Lançamento aconteceu na quarta-feira (22/8), no Museu da Cana, em Pontal (SP); projeto deve impactar cerca de 600 crianças de escolas públicas
Por: Ana Cândida Tofeti | Outras Palavras Comunicação Empresarial

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Foi lançado na quarta-feira (22/8), no Museu da Cana, em Pontal (SP), o Colhendo Memórias, projeto que visa preservar o patrimônio imaterial manifesto no Engenho Central e difundir a história do trabalhador rural evidenciando seu protagonismo na cadeia do setor sucroenergético.

Cerca de 600 crianças do 4º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas da rede municipal de Pontal devem ser impactadas pelo projeto, que engloba ações educativas em sala de aula e também uma visita ao Museu da Cana, onde os estudantes poderão ter contato mais próximo com a cultura caipira por meio de teatro, música, roda de ciranda e confecção de estandartes.

“Queremos despertar nas crianças o orgulho de pertencer a este rico ambiente rural que determina o modo de ser de nossa região”, explica a proponente e produtora executiva do projeto, Maria do Carmo Silva Esteves.

O lançamento foi voltado aos professores da rede municipal de Pontal, autoridades locais e representantes da empresa parceira do projeto, a Biosev, e também do Conselho do Instituto Cultural Engenho Central.

“O Projeto Colhendo Memórias dá oportunidade a todos nós de valorizar aspectos culturais de uma atividade econômica que chegou ao Brasil no período colonial e desde então evoluiu muito, tendo alcançado elevados padrões de boas práticas ambientais e sociais, além do desenvolvimento tecnológico. Temos a certeza de que o projeto contribuirá de forma relevante para a disseminação do conhecimento às novas gerações sobre a atividade hoje”, afirmou Luís Eduardo Queiroz Gomes, gerente de saúde, segurança e meio-ambiente da Biosev.

Para a Prefeitura de Pontal, o projeto tem o poder de impactar muito além das 600 crianças que participarão das aulas e visita ao Museu. “O aluno hoje também é um ‘professor’ para os pais porque tudo o que ele aprende na escola, ele leva para casa. Portanto, não são apenas 600 crianças que passarão a ter consciência da importância de preservar esse patrimônio, mas sim 600 famílias”, disse o vice-prefeito de Pontal, Luciano Istropa.

Luiz Biagi, presidente do Conselho do Instituto Cultural Engenho Central, destacou a importância de investir no desenvolvimento da consciência cultural nas crianças. “Elas serão nossos futuros líderes, prefeitos, empresários, e por isso investir nas crianças é um compromisso que todos nós devemos ter”, comentou.

A professora Marlene Galdino de Moura aprovou a iniciativa do projeto. “Nossas crianças precisam desse contato com a cultura e se não for a escola, quem poderá passar isso para elas?”, questionou, ressaltando ainda que o Colhendo Memórias é enriquecedor não apenas para os estudantes, mas também para os professores.

O projeto também foi aprovado pela dona Vanda e pela dona Nair, moradoras do Engenho Central há mais de 50 anos, que tiveram suas histórias usadas como base para o desenvolvimento de boa parte lúdica do conteúdo. Emocionadas, elas acompanharam o lançamento. “As coisas ruins da vida a gente até esquece quando vê um projeto como esse”, brincou dona Nair.

Colhendo Memórias

Até o final de novembro de 2018, todas as quartas-feiras no Museu da Cana serão recheadas de histórias, cantigas e muita arte. A cada semana, um grupo diferente de alunos irá até o local no período da manhã e da tarde, onde serão recebidos com um cortejo e terão contato com a cultura caipira em todos os momentos, como no café da manhã ou da tarde, em que poderão provar delícias típicas da culinária, como a rapadura. Logo depois, será a vez de assistir um teatro muito divertido cheio de histórias baseadas naquelas vividas pelos antigos moradores do Engenho Central e cantar canções produzidas especialmente para o projeto. A visita será finalizada com a produção dos estandartes e uma roda de ciranda especial.

Antes da visitação ao Museu, diversas ações educativas serão feitas pelos professores nas escolas, usando material didático desenvolvido exclusivamente no projeto. Nas aulas, as crianças conhecerão a história do cultivo da cana-de-açúcar, que passa pelas lavouras de café e vai até o boia-fria e ao novo perfil do trabalhador rural. Também são nas aulas que os alunos terão a oportunidade de saber mais sobre as festas e celebrações, como a da Companhia dos Santos Reis, que se mantêm vivas até hoje no entorno do Engenho Central.