Publicado em 23/07/2018 12h30

Argentina diversifica exportação de trigo e reduz dependência do Brasil

Participação brasileira nas exportações do cereal argentino caiu mais de 50% no últimos quatro anos, segundo levantamento de consultoria
Por: Estadão Conteúdo

Principal fornecedor de trigo ao Brasil, a Argentina poderá ampliar seu potencial exportador no ciclo 2018/2019 desde que se concretize a expectativa de plantio de 6,1 milhões de hectares, diz a INTL FCStone em relatório. Estima-se que 4,8 milhões de hectares estejam plantados, ou 79,2% do esperado para o próximo ciclo, sendo que em La Pampa, a principal região produtora do país, este porcentual é de 75%.

Contudo, a recente ampliação observada na pauta de exportação argentina para países da África e da Ásia, reduzindo a participação do Brasil em 59,3 pontos porcentuais ao longo dos últimos quatro anos, demonstra que o exportador latino-americano depende cada vez menos do consumo brasileiro. A consultoria destaca que o cereal argentino tem preços elevados, próximos aos de trigo de alta proteína, como o norte-americano.

Após ter atingido a máxima de US$ 280 por tonelada em 30 de maio nesta semana, o preço FOB do trigo argentino gira em torno de US$ 245 por tonelada, valor 6,5% superior ao do trigo duro de inverno (HRW) comercializado pelos Estados Unidos.

"Mesmo com a alta nas cotações argentinas, parte das exportações do player sul-americano deve continuar sendo absorvida pelo Brasil, uma vez que o país vizinho enfrenta um contexto de baixos estoques de trigo e o preço elevado retira a competitividade da Argentina no mercado global", analisa a FCStone.