“Vem subindo a produção de codornas e de ovos”, destacou à Agência Brasil um dos pesquisadores do órgão, o engenheiro agrônomo Octavio Oliveira. O aumento da procura pelo produto explicaria, segundo ele, a expansão apurada. “Geralmente, está associada ao aumento da produção de ovos de codorna”. Oliveira avaliou que a procura tem crescido a partir da disponibilidade de ovos de codorna em conserva nas grandes metrópoles. “É um produto que não se via no mercado. Eu acho que também contribui um pouco para esse aumento”. A produção de ovos de codorna aumentou 20,2% de 2012 para 2013, mostra a pesquisa.
O rebanho de bovinos permaneceu estável em 2013, em comparação ao ano anterior, com expansão de apenas 0,2%. O número chegou a 211,764 milhões de cabeças, com maior participação das regiões Centro-Oeste (33,6%) e Norte (21,1%). Oliveira lembrou que um dos fatores que parecem ter influenciado a estabilidade do rebanho bovino em 2013 é a retenção recente de matrizes após o abate.
Em relação aos suínos, foi verificada queda de 5,3%. “O [número] suíno flutua muito de acordo com a disponibilidade de mercado e a produção dele é mais ou menos programada”, disse Octavio Oliveira. Em 2013, foram registrados 36,744 milhões de cabeças. Segundo a classificação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil ocupa a quarta posição mundial em número de animais, atrás da China, União Europeia e dos Estados Unidos. A Região Sul concentra a criação, com participação de 48,8%.
A PPM serve, internamente, para fornecer indicadores ao próprio IBGE no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, quanto à estrutura da produção agropecuária. “Ela é a principal fonte de informação anual da pecuária com relação a esses efetivos e produções e, em nível de municípios, é a única pesquisa que há, fora o Censo Agropecuário, que sai a cada dez anos”. Oliveira acrescentou que os dados compõem as estatísticas oficiais do Brasil sobre a pecuária apresentadas na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
“Ela serve para nortear investimentos e o acompanhamento dos rebanhos para montar frigoríficos, laticínios. Acompanhando a pesquisa, você pode ver para onde está se movendo a produção, se está tendo alguma operação de ampliação espacial ou alguma concentração. E isso pode servir para aqueles que pretendem investir na produção, montar uma unidade fabril. Na verdade, é uma pesquisa que tem essa capacidade de dar informações para a tomada de decisões, tanto no setor público quanto privado”, observou o pesquisador.
A pesquisa do IBGE revela que Minas Gerais foi responsável por 27,2% da produção nacional de leite, de 34,255 bilhões de litros, em 2013. O valor da produção nacional alcançou R$ 32,418 bilhões, com aumento de 21% em relação a 2012. As regiões Sudeste e Sul tiveram as maiores participações no valor produzido, com 35,1% e 34,4%, respectivamente.
Em relação aos galináceos, o total foi 1,249 bilhão de cabeças, com aumento de 0,3% em comparação a 2012. O principal estado produtor foi o Paraná, com 22,1% de participação. A produção de ovos de galinha atingiu, no ano passado – 3,619 bilhões de dúzias. A PPM mostra que houve crescimento de 4,2% no número produzido e de 11,2% no valor da produção gerada.
O número de equinos teve queda de 1% em relação ao registrado em 2012, totalizando 5,312 milhões de cabeças, no ano passado. Minas Gerais liderou o ranking nacional em número de animais, com 14,3% de participação. O total de ovinos cresceu 3% sobre 2012, alcançando 17,291 milhões de cabeças. Desse total, 56,5% foram encontrados na Região Nordeste. O rebanho de caprinos evoluiu 1,5%, somando 8,779 milhões de animais. A Bahia concentrou o maior percentual (28%).
A PPM revela ainda que a produção de mel subiu 4,2% no Brasil no ano passado, enquanto o valor da produção teve alta de 9,5%. A distribuição regional mostra que o Sul brasileiro concentrou 50,2% da produção. A produção de casulos do bicho-da-seda, em contrapartida, recuou 0,8%, em 2013, enquanto o valor da produção teve expansão de 18,2%, devido ao aumento de 19,2% do preço médio pago ao produtor.