A péssima colheita de azeitonas na Itália e em grande parte do sul da Europa ameaça não só a sobrevivência de alguns cultivos, mas também a possibilidade de comprá-lo a um preço acessível.
Os preços no atacado do azeite de oliva dispararam e os consumidores de todo o mundo certamente terão que pagar mais caro por este produto básico da elogiada dieta mediterrânea. No Brasil, os azeites de qualidade vêm da Europa. Nas montanhas da Toscana e da Umbria, na Itália, onde se produz um azeite extravirgem de aroma sutil, as colheitas foram particularmente afetadas pelo mau tempo que dominou o último verão.
Na Espanha, produtora no ano passado da metade do azeite de oliva comercializado no mundo, deu-se uma combinação fatal de seca e bactérias que afetaram as oliveiras, o que pode fazer com que a colheita deste ano atinja apenas a metade da anterior.
No sul da Itália, uma bactéria procedente da América do Sul está sendo muito nociva para as oliveiras. No coração da Itália, onde alguns azeites são degustados como os grandes vinhos pelos especialistas, é a mosca da oliveira que põe em risco a produção.
Em Fiesole, Toscana, as instalações estão paradas por falta de azeitonas para espremer. “Nossa produção caiu pela metade”, explicou o engenheiro Cesare Buonamici.
Segundo o Conselho Internacional da Oliveira, os preços das azeitonas no atacado já aumentaram 37% desde 2013, mas Buonamici avalia que o aumento do preço do azeite ao consumidor pode superar os 60%. Grécia, Tunísia e Austrália aproveitam o momento e estão conseguindo garantir boas produções. (AFP)