Publicado em 12/02/2018 17h44

Milho: Saída pode ser exportar

Preços de exportação líquidos no interior são parecidos com os do mercado interno
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

De acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, a proximidade da colheita e as paralisações na semana de Carnaval fazem os compradores do mercado físico brasileiro se retraírem, na esperança de obterem preços menores: “Os números de uma safra menor não os assustam, visto que os estoques finais da safra anterior são mais do que suficientes para compensar a quebra desta safra. Além disto, o recuo dos preços e dos volumes de exportação das carnes também pressiona os preços das suas matérias primas”.

“Mas, como os preços de exportação líquidos no interior estão parecidos com os do mercado interno, a saída pode ser exportar”, explica o analista da T&F, Luiz Fernando Pacheco.
 
No RS os preços permaneceram de inalterados a recuados, diante das ofertas de milho acentuadas com a colheita. Com o recuo dos preços do suíno (-1,36% no dia e -1,89% no mês) e do frango (-3,83% no dia e -4,12% no mês) os compradores não se animam a aumentar o preço da matéria prima.  

Em SC os preços do milho caíram forte (entre 1% e 11%) pela mesma razão, recuo dos preços do frango e do suíno, dos quais o estado é grande produtor.  No PR os preços também fecharam a semana entre inalterados e recuados, também pelo recuo dos preços das carnes e foco na soja, que começa a ser colhida. 

No MS os preços melhoraram entre 2% e 4% nesta semana. Também saíram os primeiros lotes de milho safrinha, mas a preços iguais aos do mercado spot, R$ 23,00/saca.  Em São Paulo, mais um dia de poucos movimentos envolvendo milho. Nesta véspera de carnaval, os agentes que ainda demonstram intenção de negociar estão com o foco na soja.

A oleaginosa tem mostrado boas oportunidades nos últimos dias, devido à combinação de câmbio e preços externos (Chicago) em alta. Com o clima favorável (mais seco), produtores buscam intensificar a colheita e garantir uma boa comercialização para o produto. 

“O aumento da demanda de soja nos portos e as condições ruins de logística acabam inflacionando os fretes e, praticamente, se torna um impeditivo para os outros grãos. Com o menor fluxo de milho tributado, o mercado paulista fica na mão dos intermediários e silos. Estes possuem estoques da temporada passada e se aproveitam da falta de colheita de milho local para pressionar. Apesar da pressão altista e da dificuldade em obter milho de fora, compradores paulistas também se retraem. Boa parte destes acredita que compras volumosas neste período só trariam estoques caros, visto que a colheita se aproxima. O comportamento acaba limitando altas significativamente maiores. De acordo com informantes, os volumes de milho local devem ganhar força após o dia 20”, conclui Pacheco. 

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