Publicado em 02/01/2018 16h38

Soja fecha ano com leves perdas no Brasil

Forte demanda em 2017 não se traduziu em lucratividade
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

As cotações da soja tiveram na sexta-feira (29.12) mais um dia de perdas nos preços no mercado físico brasileiro, ainda descolado do viés observado na Bolsa de Chicago (CBOT). De acordo com a T&F Consultoria Agroeconômica, em média os preços desceram 0,12% no interior e entre 0,14% e 0,15% nos portos.

O analista Luiz Fernando Pacheco projeta preços de exportação para janeiro, março e julho de 2018 refletindo preços de R$ 67,06, R$ 67,24 e R$ 68,02/saca, respectivamente, posto no interior a 500 quilômetros dos portos, por enquanto, para o primeiro semestre deste ano.

Preço x Lucratividade

A demanda externa de soja brasileira, em 2017, cresceu vertiginosamente para o recorde de 67,8 milhões de toneladas, contra 51,58MT do ano anterior e o recorde anterior de 54,32MT estabelecido em 2015. No entanto, a T&F destaca que isto não se traduziu em lucratividade para o agricultor brasileiro, porque os preços caíram de R$ 71,57/saca em janeiro para R$ 61,16 em abril, recuperando-se ao longo do ano, chegando agora ao final em R$ 70,00/saca, segundo o Cepea. 

“E as lucratividades, que tinham atingido 64% em 2015/16, caíram para a faixa entre 14% e 33% em 2016/17, devido à queda nos preços internacionais, depois que a produção mundial passou de 313,77MT em 2015/16, para o recorde de 351,32MT na safra 2016/17 e 348,47MT projetadas para 2017/18. Neste período, os estoques finais subiram de 77,92MT na safra 2015/16 para 98,32MT, um crescimento de 26,18% em dois anos, o que é muito. Aumento de estoques significa sempre preços menores, mas quem quer reduzir a área plantada?”, questiona Pacheco.